25/11/2015

A parábola do credor incompassivo

LEIA: Mateus 18.21-35

Em certa ocasião, Pedro aproxima-se de Jesus e pergunta-lhe quantas vezes deveria perdoar a um irmão que havia pecado contra ele. A forma pela qual Pedro faz a pergunta denota claramente que ele sabia que se deveria perdoar. Mas quantas vezes? A pergunta quase em tom de afirmação diz: "Até sete vezes?" (v.21). Mas Jesus esclarece: "setenta vezes sete" (v.22). Em outras palavras, inúmeras vezes!

Para que Pedro - e a nós mesmo - compreendesse realmente suas palavras, Jesus lança mão de uma estória, a parábola do credor incompassivo. Mas o que essa estória, de fato, tem a nos ensinar hoje? E o que ela tem a ver com perdão? 

O ensino principal da parábola do credor incompassivo é a magnitude da misericórdia de Deus que deve refletir em seu povo. Em outras, por receber infinita misericórdia de Deus devemos, igualmente, exercer misericórdia para com as pessoas. Não proceder assim pode nos deixar em situação difícil diante de Deus. Mas antes de compreender isso, compreendamos a parábola.

A parábola do credor incompassivo é contada em 4 atos os quais, em cada um, é possível extrair lições que lançam luz sobre o seu propósito principal. Senão vejamos:

ATO 1 - AJUSTES DE CONTA ENTRE UM REI E OS SEUS SERVOS (vv. 23-27): Um rei resolve ajustar contas com seus servos, um a um, até que lhe é trazido um cuja dívida é de dez mil talentos. Aqui é necessário um esclarecimento acerca desse valor. O talento equivalia a trinta e cinco quilos e correspondia a seis mil denários. Por sua vez, o denário era uma moeda de prata equivalente à diária de um trabalhador braçal. Portanto, dez mil talentos trata-se de uma enorme quantidade de prata, a saber, trezentos e cinquenta mil quilos de prata. Poderia-se ainda, equipará-lo a sessenta milhões de denários entendido como sessenta milhões de dias trabalhados. Para se ter ideia, dez mil talentos representa aproximadamente dez anos de arrecadação do Império Romano (Estima-se que anualmente os romanos arrecadavam novecentos talentos). Dívida impagável mas certamente contraída de forma ilícita! O servo do rei não tinha como saldá-la a não ser que ele próprio vendido, sua mulher, seus filhos e tudo o que possuía. O rei emitiu tal sentença amparado pela Lei (Êxodo 21.2; Levítico 25.39; 2Reis 4.1; Neemias 5.5; Isaías 50.1). O servo pede um tempo ao rei para pagar sua dívida (v.26). O rei, por sua vez, compadecido o perdoa de toda a dívida pois sabia que jamais teria condições de pagá-la. A nossa dívida com Deus era impagável também. Na cruz, porém, ela foi paga de forma cabal. Fomos justificados e não devemos mais nada diante do Tribunal de Deus. Mas o que aconteceu com o servo perdoado?

ATO 2 - AJUSTES DE CONTA ENTRE O SERVO PERDOADO E UM DOS CONSERVOS (vv. 28-30): Descendo as escadarias do palácio real, o servo perdoado encontra um de seus conservos. Esse homem devia a ele cem denários. Um dívida pagável, por assim dizer. Cem dias de trabalho e aquela poderia ser paga. A atitude do servo perdoado é muito hostil. Ele agarra e sufoca o seu conservo e, diante de muitas pessoas, exige veementemente que a dívida seja paga. Aquele homem não tinha como pagá-lo naquele momento e o pede um tempo assim como ele próprio o fez diante do rei. No entanto, incompassivo, não atende o pedido o lança em prisão até que a dívida fosse saldada (v.30). O homem que recebera misericórdia, por sua vez, não a exerce. Antes, quer justiça! Como pode em tão pouco tempo esquecer-se do favor do rei? A atitude dele no ensina que Deus faz sempre mais (Efésios 3.20) mas nós fazemos sempre menos! Mas tal atitude ficaria impune? Certamente que não!

ATO 3 - A DESAPROVAÇÃO DAS TESTEMUNHAS (v.31): Aquelas pessoas que testemunharam o ocorrido, seus próprios companheiros, desaprovaram sua atitude. Sabiam que ele fora perdoado mas, naquele instante, quando teve oportunidade de ser coerente e, portanto, perdoar não o fez. Quantas vezes não agimos segundo esse homem? Nossa dívida também impagável foi perdoada por Deus. Fomos (e somos) alvo de sua misericórdia mas, ao invés de exercê-la, exigimos justiça cheios de razão, como aquele homem, afinal ele estava cobrando algo que outro lhe devia. No entanto, se levarmos tudo sempre ao "pé da letra" corremos o risco de nos tornar tiranos e a exigir do outro aquilo que não podemos oferecer. Nossas contradições, no entanto, não passam despercebidas pelos outros. Aquelas pessoas, observando a desagradável cena, entristeceram-se e relataram tudo ao rei. Qual seria dessa vez a atitude do rei diante do acontecido? Exerceria misericórdia novamente?

ATO 4 - A REVOGAÇÃO DO PERDÃO (v.32-34): Ao tomar conhecimento do caso, o rei o manda chamar imediatamente e lhe cobra explicações. Ao parece, aquele homem não diz nada ao rei. Este, muito indignado, o entrega a verdugos, carrascos incumbidos de cumprir na prática as sentenças emitidas. O perdão dado pelo rei àquele homem fora revogado. A dívida, portanto, teve de ser paga. Ele seria então torturado até que saldasse suas pendências. O servo outrora livre encontra-se, dessa vez, aprisionado justamente por aprisionar o outro. Isso implica que se não exercemos devida misericórdia sobre os outros poderemos atrair juízos sobre nós. Jesus encerra a parábola dizendo exatamente isso (v.35). Devemos, pois, perdoar assim como Ele nos perdoou (Mateus 6.12) para que o nosso perdão não seja revogado. 

Jesus quis ensinar a Pedro (e também a nós) que devemos perdoar nossos irmãos quantas vezes forem necessárias. Fomos libertos do pecado mas ainda pecamos e carecemos do perdão todos os dias. Portanto, não podemos exigir justiça do outro e requerer misericórdia de Deus. Não podemos deixar que as mágoas embruteçam nosso coração. Mas ainda que embrutecido, nosso coração deve perdoar, por responsabilidade. Afinal, como discípulos de Cristo devemos imitá-lo. Refletir em nossas práticas o infinito amor que Ele manifesta em nós sem medida.

19/11/2015

A plena certeza da Salvação


Tornar-se membro de uma igreja não dá a ninguém a certeza da salvação. Essa certeza, por sua vez, é adquirida através de um processo contínuo de crescimento da vida cristã. Quando experimentamos o novo nascimento, do ponto de vista espiritual, somos crianças. No entanto, vamos nos desenvolvendo e progredindo na fé até chegar à maturidade, qual seja, a vida adulta. É exatamente nesse momento que passamos a ter plena certeza da nossa salvação. 

O autor da Epístola aos Hebreus desejava que os seus leitores obtivessem essa certeza (Hebreus 6.11). No entanto, a julgar pela realidade observada entre eles isso era algo improvável. Eles haviam se tornado indiferentes, negligentes e inertes. Não viam-se neles, portanto, progresso. Por isso, o autor teve de exortá-los não, sem antes, repreendê-los e preveni-los.


1. A REPREENSÃO (Hebreus 5.11-14): Os cristãos hebreus deveriam estar aptos para ensinar quando ainda deviam ser ensinados. Haviam desperdiçado o tempo com assuntos secundários, eram imaturos;

2. A PREVENÇÃO (Hebreus 6.4-8): Os cristãos hebreus deveriam olhar para aqueles que, pela fé, herdaram as promessas (Hebreus 6.12). No entanto, estavam olhando para aqueles que haviam caído (Hebreus 6.6). Não sabemos se esses eram crentes falsos ou crentes verdadeiros (que se apostataram), mas sabemos que:
  • Foram iluminados;
  • Provaram o com celestial;
  • Tornaram-se participantes do Espírito Santo;
  • Provaram a Palavra de Deus;
  • Provaram os poderes do mundo vindouro. 

Alguém pode experimentar tudo isso mas rejeitar! Lembre-se: o único pecado que não tem perdão é a blasfêmia contra o Espírito Santo (Mateus 12.31). Esse, portanto, é pecado para a morte (1João 5.16). Rejeição é, assim, condenação.

3. A EXORTAÇÃO (Hebreus 6.1-3; 9-20): Os cristãos hebreus deveriam buscar o que é perfeito (Hebreus 6.1). Nesse momento, é oportuno dizer que o assunto principal da carta é a superioridade de Cristo sobre toda e qualquer forma de revelação e redenção do AT. Portanto, é n'Ele que deveriam fixar os olhos (Hebreus 12.2). Os resultados:

O autor conclui sua exortação destacando as promessas de Deus (Hebreus 6.13-20). Para confirmar suas promessas, Deus jurou por Ele próprio. Da nossa parte, temos de nos apegar ao juramento de Deus. A vida eterna é o juramento de Deus para aqueles que creem em Jesus, nossa âncora, lançada através do véu, onde Cristo entrou. Nossa alma, assim, está presa por uma corrente em uma âncora, corrente essa que ninguém pode estourar. Em Cristo, progredimos. N'Ele, temos a plena certeza da salvação.

18/11/2015

A parábola do juiz iníquo

LEIA: Lucas 18.1-8

O propósito fundamental da parábola do juiz iníquo contada por Jesus era nos ensinar sobre o dever de orar e nunca esmorecer (v.1). Essa, aliás, é uma recomendação frequente ao longo das Escrituras (cf. Romanos 12.12; Efésios 6.18). No entanto, nessa parábola, cabe destacar a ênfase de Jesus sobre a necessidade de orar incessantemente. Quem crê em Deus ora, quem não ora, não crê! Quanto mais oramos, mais podemos ver o agir de Deus em nossas vidas. Por isso, as palavras de Jesus são imperativas.

Posto assim, o "dever" de orar, é oportuno atentarmos para alguns detalhes presentes na parábola a fim de compreendermos a forma pela qual devemos fazer isso. Em outras palavras, compreendermos como devemos proceder. Reconhecermos as personagens bem como o papel que ocupam na parábola é um bom começo. Embora o título da parábola atribua ao juiz iníquo um certo destaque, é sobre a viúva que devemos inicialmente debruçar nossa atenção. Senão vejamos.

No contexto da parábola, a viúva representava a essência de uma pessoa indefesa (cf. Salmo 68.5; Lamentações 1.1). Caso não tivesse filhos que cuidariam dela, estaria totalmente desamparada correndo, inclusive, o risco de morrer de fome. Ao que parece, a viúva da parábola estava nessa condição, desamparada e injustiçada, essa - diga-se de passagem - era a causa que ela apresentava ao juiz iníquo.

Portanto, essa mulher era uma pessoa totalmente indefesa diante do problema e também diante do juiz. Mas, são nessas condições que ela apresentava a sua causa. E, é dessa forma, que devemos também apresentar as nossas causas perante Deus, qual seja, de maneira indefesa. Isso representa impotência, humildade, reverência. Devemos, pois, nos achegar a Ele da mesma maneira que o publicano da parábola que Jesus contou em seguida. Devemos, ainda, estar conscientes de que não há garantias de que nossas petições serão atendidas prontamente.

Ainda que não saibamos exatamente o que lhe ocorrera mas a causa da viúva era legítima  haja vista que era por justiça que ela clamava. Nesse aspecto, o próprio Jesus ensinou que "Bem-aventurados são aqueles que tem fome e sede de justiça, porque serão fartos" (Mateus 5.6). Portanto, a vontade dela convergia com a vontade de Deus. Por isso, devemos orar sempre de acordo com a Palavra de Deus (João 15.7) para que nossas causas, assim como da viúva, sejam legítimas.

Causas legítimas alcançam êxito, (os que tem sede de justiça, serão fartos - diz o texto), ainda que demorem algum tempo (v.4). É importante, atentarmos agora, para o juiz iníquo. De forma contrastante, ele representa o próprio Deus. O juiz iníquo dada a insistência da viúva julga a sua causa. A lição para nós é simples: se esse homem, injusto e prepotente, atendeu a viúva quanto mais Deus. Acaso Ele não fará justiça aos seus escolhidos? (v.7). Absolutamente! Eis aí uma razão para clamarmos dia e noite pois ao Seu tempo nos atenderá ainda que pareça demorado. Devemos, no entanto, evitar o imediatismo pois certamente isso minará nossa fé! (v.8)

Diante de Deus, portanto:

1) Devemos nos apresentar como viúva;
2) Devemos apresentar causas legítimas;
3) Devemos ser perseverantes;
4) Devemos ser pacientes.

E, por fim, lembremo-nos: "Quem crê em Deus, ora; quem não ora, não crê."

11/11/2015

Defenda o que é seu! (Parte 2)

LEIA: 2Samuel 23. 11-12


Ao posicionar-se no meio do campo de lentilhas e defende-lo do ataque filisteu, Samá demonstrou o valor que aquele campo possuía para ele. O inimigo certamente não entendeu a atitude dele assim como muitos do seu povo também não devem ter entendidos. "É só um campo de lentilhas", devem ter pensado. Não poderiam avaliar o que esse "campo de lentilhas" representava para Samá. Nós, quando empunhamos nossas espadas e solitários nos posicionamos para defender o nosso campo de lentilhas também somos incompreendidos! Mas, assim como Samá, precisamos defende-lo bravamente pois, aquilo que para os outros pode não ter valor algum mas, para nós, é precioso. Portanto, não nos resta outra opção a não ser defende-lo!

Mas o aquele campo de lentilhas poderia significar para Samá? O que justificaria atitudes tão atrevidas da sua parte? 

Para encontrarmos respostas para estas e outras perguntas precisamos recordar que Samá era um dos principais valentes de Davi e, portanto, um soldado corajoso. Assim, defender aquele campo significava primeiramente defender sua honra! 


Honra pode ser definida como um princípio de conduta pessoal baseada na ética, na honestidade, na coragem. Samá era um guerreiro e, naquele momento, deveria agir como tal. Seu papel era, pois, lutar. Poderia perder a luta, é verdade, mas não poderia deixar de lutar! Devemos, portanto, defender o que somos, o que pensamos e o que representamos.

As terras eram propriedade de seu povo e dela provinha o sustento de todos. Vale lembrar que a lentilha era uma planta rasteira, da família das leguminosas, muito apreciada pelo valor nutritivo e pelo sabor agradável que possuía. No campo cultivado estava esforço de todos. Era, pois, um bem comum. Assim, para Samá defender aquele campo significava ainda defender sua família!

É interessante observarmos que ele não tinha motivos para defende-la, afinal, todos fugiram! Samá, por sua vez, ficou e lutou por todos. Poderiam não ser homens valorosos mas para ele o eram. Ele entendia que valia a pena lutar pela sua família assim como vale a pena lutar pela nossa mesmo que ainda não tenhamos motivos. A família é um instituição divina e, por essa razão, o principal alvo do inimigo que quer vê-la dividida  (Êxodo 10.11) e arruinada (Mateus 12.15).

Por fim, para Samá defender aquele campo significava defender sua fé! Sabemos que os valentes de Davi eram homens que viviam marginalizados (1Samuel 22.2). No entanto, de covarde Davi os transformou em valentes (2Samuel 23.8), de aflitos em corajosos (1Crônicas 12.22) e, de envidados, valorosos (1Crônicas 12.2,8,14). Deus mudou suas histórias assim como a nossa! E, esse mesmo Deus, está ao nosso lado todos os dias mudando nossas histórias todos os dias! Samá pôs em prática sua fé quando enfrentou o inimigo. Ele havia aprendido com Davi, seu general, que o próprio Deus lutaria por ele e lhe daria vitória. Dito e feito. Naquele dia Deus efetuou grande livramento (2Samuel 23.13) resultado, portanto, da sua fé!

O campo de lentilhas significava para Samá aquilo que havia de mais importante para ele: sua honra, sua família, sua fé! O mais importa para você? Qual o seu campo de lentilhas? Seja o que for, ele representa muito para você. É seu! Portanto, posicione-se e o defenda. O Senhor certamente efetuará grande livramento!

04/11/2015

Defenda o que é seu! (Parte 1)

LEIA: 2Samuel 23. 11-12

Ao todo, os valentes de Davi eram 37 homens (2Samuel 23.39). Dentre eles, havia um chamado Samá cujo maior feito foi posicionar-se no meio de um campo de lentilhas e defende-lo do ataque filisteu justamente no instante em que todo o povo fugia. Além de ser o seu maior feito é o único descrito na Bíblia. No entanto, a partir dele é possível conhecer um pouco a seu respeito e de suas atitudes. Senão vejamos:

1. Samá, filho de Agé, o hararita, provavelmente nasceu em circunstâncias nada favoráveis pois o seu nome significava "desolação". Tal condição, no entanto, não era privilégio dele apenas. Os valentes de Davi eram os excluídos daquela sociedade (1Samuel 22.2). No entanto, tiveram suas vidas transformadas quando encontraram-se com o rei. Samá passou a ser o terceiro homem mais importante de Davi.

2. Samá recebeu um campo de lentilhas do rei para cuidar e fez juz a confiança a ele devotada. Em certa ocasião, quando os filisteus promoveram um ataque ao seu povo todos fugiram, exceto ele. Se tivesse fugido, teria perdido a oportunidade de realizar tal feito. A oportunidade, portanto, nunca está ao lado daqueles que fogem diante das batalhas.

3. Samá, assim, lutou sozinho diante do exército inimigo e o venceu. O fato de estar sozinho na batalha não o enfraqueceu. Ele venceu o desânimo e temor que certamente tomou conta do seu coração. Ele obteve inicialmente uma vitória interna reconhecendo portanto, força em sua fraqueza (2Coríntios 12.10).

4. Samá se posicionou no meio e não nos flancos do campo. Fez isso não porque desejasse para si honrarias mas porque era o papel que lhe cabia naquela ocasião. Se expôs, mesmo sabendo os riscos que estava correndo. Mas era necessário correr esses riscos pois, do contrário, não os teria superado.

5. Samá defendeu o campo e não as lentilhas, certamente, esmagadas durante do combate. Sua prioridade, portanto, era defender aquilo que era fundamental. Novas sementes poderiam ser lançadas naquelas terras e frutificarem novamente. Mas isso não seria possível se o inimigo lhe tomasse o campo.

O resultado de tais atitudes: grande livramento de Deus! (2Samuel 23.12)

Portanto, Samá desconsiderou o seu passado e tornou-se um soldado valoroso. E, como tal, diante da luta não perdeu a oportunidade de enfrentá-la. Mesmo sozinho, não desanimou. Correu os riscos e defendeu aquilo que era importante para ele e para o seu povo.