08/06/2016

Não esconda a sua tristeza

LEIA: Neemias 2.1-2

Se perguntarem a você se está triste, o que você diria caso estivesse? Abriria o coração ou esconderia sua tristeza? Muitos optariam pela segunda opção a fim esconder o que estão sentindo. Na verdade, existem situações que até podemos mas, não devemos esconder os nossos sentimentos. Em outras porém, até queremos esconder mas não podemos pois são tão evidentes. Nessas ocasiões, talvez o melhor a fazer é realmente abrir o nosso coração àqueles os quais Deus nos envia. Foi exatamente isso que Neemias fez quando foi indagado pelo rei acerca do que sentia (Neemias 1.1-11). Ele não escondeu sua tristeza do rei (Neemias 2.3).

A julgar pela atitude de Neemias, também não devemos esconder a tristeza:

1) Porque em alguns casos isso é muito evidente: O rei pergunta a Neemias porque ele está triste uma vez que não está doente (v.2). Nos parece ser muito óbvio para o rei que a tristeza de Neemias estava relacionada mesmo ao coração (v.2). Essa situação, ao que parece, foi a primeira vez que Neemias realmente não conseguiu esconder sua tristeza. Ele próprio diz que nunca havia estado triste diante do rei (v.1). Talvez, ela tenha querido dizer que nunca havia demonstrado seus sentimentos uma vez que, como copeiro, não poderia servir sem a devida disposição.

2) Porque há muitas pessoas que verdadeiramente se importam conosco: O rei indagou Neemias porque se importava com ele, afinal, era o seu copeiro. Essa função indubitavelmente caracterizava Neemias como alguém que desfrutava de muita confiança no palácio. Literalmente, copeiro significa "quem dá algo para (alguém) beber". Há registros históricos que qualificam o copeiro como aquele que deveria escolher e provar o vinho do rei para certificar-se de que ele não estaria envenenado (2.1). Por isso, o rei confiava em Neemias e, há quem diga, que tinha uma predileção por ele. 

3) Porque as pessoas querem nos ajudar: O rei perguntou, Neemias temeu mas lhe abriu o coração. Neemias o responde, no entanto, a fim de provocar compaixão no coração do rei. Quando refere-se a Jerusalém não a menciona pelo nome, em vez disso, lança mão de uma figura de linguagem. Ele diz: "a cidade que está o sepulcro dos meus pais (v.3)." Está claro que tal expediente surtiu efeito pois em seguida, o rei o pergunta: "o que estás me pedindo?"Até então, Neemias não o havia pedido absolutamente nada (Talvez aquela pergunta do rei serviu apenas para motivar Neemias a contar-lhe tudo). Por fim, é interessante notar que antes de responder a pergunta, Neemias faz uma oração a Deus como lhe era costumeiro (1.4; 4.4,9; 5.19; 6.9; 13.14,21,29,31). Neemias, portanto, fazia largamente uso desse recurso.

Tudo o que Neemias precisava o rei lhe providenciou. E porquê? Porque abriu o seu coração a ele e o expôs suas demandas. Nós precisamos de Deus mas também precisamos dos outros! Elias sentiu-se abandonado em uma das cavernas do Monte Horebe, desejou a morte (1Reis 19.4). Paulo, por sua vez, desejou ver Timóteo com urgência quando estava preso em uma masmorra romana (2Timóteo 4.9,21). Deus levanta pessoas em nossos momentos difíceis. Pessoas que se importam conosco e querem nos ajudar. Portanto, se perguntarem a você se está triste? Se estiver, não esconda a sua tristeza!

01/06/2016

É preciso romper com o passado

LEIA: Esdras 3.12

Após várias advertências de Deus ao povo através de seus mensageiros, Jerusalém finalmente é tomada em 586 a.C. pelos babilônios. O templo foi destruído e os utensílios levados para a Babilônia. O povo permaneceu cativo por setenta anos (Jeremias 25.11-12, 29.10; Daniel 9.2) até que Ciro, rei da Pérsia, decreta o fim do cativeiro (Esdras 1.1-4). Assim, o povo começou a retornar para Jerusalém, sob a liderança de Zorobabel, em 538 a.C.

As pessoas voltavam para às suas próprias cidades (Esdras 2.1). Viam ruínas onde antes havia beleza. Em Jerusalém, o povo imediatamente começou a reconstruir o templo. No entanto, quando os alicerces foram lançados os mais velhos começaram a chorar porque o templo erigido por Salomão era muito mais glorioso. As palavras do profeta Ageu, possivelmente um dos que conheceram o primeiro templo, confirmam isso: “Não é ela como nada aos vossos olhos?” (Ageu 2.2).

A tristeza dos mais idosos diante do templo de Zorobabel, na verdade, é fruto de uma certa nostalgia, de um apego exagerado ao passado. E, viver preso ao passado, obscurece tanto o presente quanto o futuro:

1. Presente: Jerusalém havia sido devastada e o seu templo, destruído. Tudo o que enchia os olhos daquelas pessoas não existia mais. Era preciso reconhecer isso para viver o presente e, assim, encontrar forças para recomeçar. É preciso reconhecer os humildes começos (Zacarias 4.10). As coisas mudam e, às vezes, nos prendemos ao passado também por resistência, isto é, por não querer mudar;

2. Futuro: Quem não consegue vislumbrar o presente quem dirá então, o futuro? As profecias apontavam para um tempo glorioso. Não se tratava de um futuro imediato mas apontava para um futuro escatológico. A glória da última casa será maior que a da primeira (Ageu 2.9). A última casa não é feita de pedras pois Deus não habita mais em templos feitos por mãos humanas (Atos 17.24).

O povo não havia entendido que o exílio não era somente castigo mas também bênção, pois deixou a terra colocar-se em dia nos seus repousos sabáticos (Levítico 26.40-45). Deus tinha se lembrado da sua aliança (Levítico 26.45) e restaurado o seu povo à terra. A ressurreição de Cristo altera radicalmente a perspectiva sabática. A redenção criou um novo povo para Deus. O crente em Cristo de hoje não segue o modelo sabático da antiga aliança. Não trabalha os primeiros seis dias, olhando com esperança em direção ao descanso. Ao contrário, começa a semana regozijando-se no descanso já cumprido pelo acontecimento cósmico da ressureição de Cristo. E então entra alegremente nos seis dias de trabalho, confiante no sucesso pela vitória que Cristo alcançou (ROBERTSON, 2002, p.60)

O povo estava triste, a obra sofreu oposição e foi embargada, o desânimo dificultava a restauração mas, exortados, por Ageu e Zacarias, o templo é concluído, no ano de 516 a.C. Foi preciso pois, romper com o passado.

25/05/2016

A música que agrada a Deus

LEIA: 2Crônicas 5.2-14

Qual a música agrada a Deus? Essa pergunta tem instigado a todos! Afinal, existe um determinado estilo musical do qual Deus se agrada? Talvez não exista um estilo específico. Mas o que realmente agrada a Deus é todo um contexto de adoração o qual, possivelmente, é resumida pela música. Vemos exatamente esse contexto no culto de inauguração do templo de Salomão. Resultado: a glória de Deus encheu aquele lugar! Tal contexto é marcado pelos (as):

1. Princípios de Adoração: "...os levitas tomaram a arca" (v.4). Tais princípios, como sabemos, são definidos pelo próprio Deus em sua palavra;

2. Pureza da Adoração: A adoração requer:
2.1. Santidade (v.11), cultos hipócritas não são recebidos por Deus (cf. Isaías 1.11; Amós 5.21-24; Malaquias 1.10);
2.2. Unidade, "e, quando em uníssono [harmonia], a um tempo (v.13);

3. Propósitos de Adoração: Louvor e gratidão a Deus pelo o que Ele é (v.13).

Os sons emitidos pelos instrumentos apenas resumiram todo esse contexto de adoração. Devemos, assim, criar esse contexto se desejamos ver a glória de Deus. Nosso louvor pode ser feito independente das circunstâncias. Podemos estar tristes (Salmo 88.1-3) ou em festa (2Samuel 6.16-23). Podemos entoar nosso louvor não somente através do canto mas também através das nossas próprias vidas. O importante é a glória de Deus descer e encher nossas vidas!

A oração de Jabez

LEIA: 1CRÔNICAS 4.9-10

As infindáveis genealogias contidas no Primeiro Livro das Crônicas são interrompidas por uma mini-biografia de um homem chamado Jabez. As informações sobre ele são sobremodo escassas. Sabemos apenas que foi o mais ilustre entre os seus irmãos mas que o seu nascimento fora marcado por muita dor, fato aliás, que lhe rendeu o nome (v.9). A oração feita por Jabez, ao contrário de ser um mantra capaz de mudar situações, revela algumas verdades acerca do próprio Deus, senão vejamos:

1. DEUS CUIDA DOS MENOS FAVORECIDOS (cf. 1Coríntios 1.26-29): Como sabemos, o próprio nome de Jabez aponta para a sua triste condição. Mas nos parece que Deus mudou sua sorte tornando-o um homem bom e honrado. O contexto da passagem remonta à conquista da terra, à época de Josué. Nesse sentido, Jabez fora colocado por Deus para uma difícil missão: exterminar os cananeus e apossar-se da terra. Tarefa árdua que o levaria a invocar o Deus de Israel. Jabez teve êxito em sua missão (v.10) a ponto de, segundo consta, ser homenageado, vendo uma cidade onde viviam escribas, receber o seu próprio nome (1Crônicas 2.55);

2. DEUS NOS ENSINA A ORAR POR BÊNÇÃOS MATERIAIS MAS SOBRETUDO, POR BÊNÇÃOS ESPIRITUAIS (cf. Mateus 6.9-15): A oração é uma forma de mantermos nossa comunhão com Deus. Devemos orar não até que Deus nos ouça mas sim, até que ouçamos a Deus. A nossa oração não muda os planos de Deus, muda os nossos. Quanto mais orarmos, mais conheceremos a vontade de Deus para as nossas vidas de modo que a vontade d’Ele será consoante a nossa. Isso parece ser verdadeiro na oração de Jabez. Sabendo que teria que liderar uma expedição militar, invoca o Deus de Israel (v.10). Exterminar os cananeus era a vontade de Deus (cf. Levítico 18. 24-29) pois as suas práticas, tão abomináveis diante de Deus, acabara por contaminar a própria terra. Por isso, os pedidos de Jabez:

2.1. Oh! Tomara que me abençoes...
2.2. ...e me alargues as fronteiras,
2.3. ...que seja comigo a tua mão
2.4. ....e me preserves do mal, de modo que não sobrevenha a aflição! (v.10);

3. DEUS É O CENTRO DAS NOSSAS ORAÇÕES E NÃO NÓS MESMOS: A oração deve exaltar a Deus e não o homem (cf. Lucas 18.9-14). Jabez parecia saber disso. Ele inicia sua oração dizendo “Oh! Tomara que me abençoes...”. Era como se dissesse: “Seja feita a tua vontade” (cf. Mateus 26.39; Marcos 14.36; Lucas 22.42). Jabez reconhecia sua limitação diante da tarefa que lhe esperava pois enfrentaria, além de soldados ferozes, hostes malignas do inferno. Sua batalha era física mas também espiritual. Era mister receber as bênçãos de Deus! E, elas foram dadas, no instante que o Deus Todo-Poderoso fora exaltado em sua oração. Em outras palavras, Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido.


Que as nossas orações sejam como essa de Jabez! Não poderosas, mas humildes. Afinal, poderoso é Deus!

11/05/2016

Perseverança, o segredo para uma vitória completa!

LEIA: 2Reis 13.14-19

Diante das duras investidas da Síria a Israel, o rei Jeoás vai até Eliseu, na ocasião velho e doente. Essa visita no entanto, marca o retorno do profeta à narrativa bíblica pois Eliseu saira de cena assim que Jeú fora ungido rei de Israel. Foram longos anos sem qualquer registro bíblico acerca de Eliseu. Estima-se cerca de quarenta e cinco anos, abrangendo vinte e oito anos do reinado de Jeú e dezessete, de Jeocáz. O rei Jeú cumpre a profecia dada através de Elias que a casa de Acabe seria destruída (2Reis 10.1-14). No entanto, esse rei não deixou de lado a idolatria que caracterizara Israel desde Jeroboão de modo que, o seu reinado tinha prazo de validade (2Reis 10.28-30), Eliseu sabia que tempos difíceis viriam. O profeta disse a Hazael, filho de Ben-Hadade - rei da Síria e seu pai - que os sírios atacariam e destruiriam os filhos de Israel (2Reis 8.11-12). A oração de Jeocáz no entanto, foi respondida por Deus e, por um instante, houve trégua sobre o seu reino (2Reis 13.4-5). Mas o estrago já estava feito: os sírios destruíram quase que totalmente o exército de Israel que, naquele momento, não tinha condições de seguir para a batalha e enfrentar seus inimigos (2Reis 13.7). Portanto, é nesse contexto de extrema opressão que Jeoás vai ao encontro do profeta.

É intrigante porém, o fato desse lapso na narrativa bíblica em relação a Eliseu. O que teria acontecido? O povo teria esquecido-se do profeta ou, então, o profeta teria esquecido-se do povo? Lembremos que Israel vivia uma apostasia terrível e somente diante de uma situação muito difícil o rei resolveria pedir socorro ao profeta, reconhecendo-o como homem de Deus. Por sua vez, o profeta que havia distanciado-se daquele povo não faz caso das diferenças e recebe o rei. Eliseu deu ao rei arco e flechas e pediu para ele retesar o arco. Colocou suas mãos sobre as mãos dele e disse para que o abrisse a janela para o oriente (onde estava localizada a Síria) e disparasse as flechas. Estas, por sua vez, flechas da vitória do Senhor eram símbolos da vitória de Israel sobre os sírios.

Diante das batalhas mais renhidas que enfrentamos o Senhor:

1) Nos dá as armas para a batalha; 
2) Nos dá as estratégias para a batalha;
3) Nos dá as vitórias nas batalhas.

O profeta pediu para o rei atirasse as flechas mas não estabeleceu o número de vezes. Assim, o rei atirou três vezes e parou. Isso indignou profundamente o profeta: "Cinco ou seis vezes a deverias ter ferido [a terra]; então feririas os sírios até os consumir; porém, agora, só três vezes ferirás os sírios" (2Reis 13.19). Outro fato intrigante: porque Jeoás parou de atirar as flechas sendo que o profeta não o havia mandado parar? Ele deveria ter continuado a atirar as flechas mesmo a despeito da incredulidade ou do desânimo e só parar diante de uma palavra de Eliseu. Em outras palavras, ele deveria ter perseverado para que a sua vitória fosse completa. Portanto, enquanto Deus não nos dizer que temos que parar, perseveremos! A vitória de Jeoás portanto, foi parcial. A honra coube a seu filho Jeroboão II, anos mais tarde, quando derrota finalmente os sírios (2Reis 14.25,28).

04/05/2016

Fogo do céu

LEIA: 1Reis 18.30-38

Diante dos profetas de Baal no Monte Carmelo e do povo, Elias orou e o fogo caiu do céu. A oração de Elias foi simples e humilde. Ele invocou o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó em uma alusão à aliança de Deus com os patriarcas mas o fez na condição de servo. Mas em sua oração Elias disse ainda que "segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas" (v.36). E a pergunta é: que coisas que são coisas são estas?

1) Elias restaurou o altar do Senhor que estava em ruínas (v.30): havia naquele lugar um altar erigido ao Senhor. O povo foi advertido a destruir altares em lugares altos e somente construir onde o Senhor escolher. Parece que a vontade de Deus não estava sendo cumprindo e, por sua vez, isso explica a sua existência. No entanto, esse altar estava em ruínas e, para que o fogo descesse do céu, esse altar precisaria ser restaurado. Esse altar representa a nossa vida, o "nosso corpo que deve ser apresentado a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus"(Romanos 12.1-2). Nossa vida pois, deve manisfestar os frutos do Espírito. O fogo vai descer do céu quando houver restauração.

2) Elias tomou doze pedras, segundo o número das tribos dos filhos de Jacó, para restaurar o altar (v.31): nesse momento, o reino estava dividido, Reino do Norte ou Israel e Reino do Sul ou Judá. A divisão não era a vontade de Deus e Elias queria demonstrar isso: "...casa dividida contra si mesma não subsistirá" (Mateus 12.25b). Isso quer dizer que sem unidade e sem comunhão, o fogo não desce. É interessante notar que o avivamento experimentado pela igreja primitiva era fruto das orações e da comunhão: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações" (Atos 2.42). Mais adiante, é possível ler: "Diariamente perseravavam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos" (Atos 2.44). O fogo vai descer do céu quando houver unidade.

3) Elias fez um rego em redor do altar (v.32): após restaurar o altar com doze pedras, Elias fez um círculo em torno desse altar demonstrando a necessidade de separação ou, então, santificação. Aquele rego significa um limite entre o santo e o profano, entre Deus e o mundo. O fogo não vai cair fora do território consagrado a Deus por isso, a necessidade de separar-se ou santificar-se porque "sem santificação ninguém verá o Senhor" (Hebreus 12.14). É oportuno destacar que Elias encharca o holocausto, a lenha e o próprio rego com água, ou seja, toda instalação. À primeira vista, podemos pensar que Elias queria demonstrar que não faria uso de qualquer tipo de truque. Não que isso não seja verdadeiro no entanto, a água aponta para a purificação. Os sacerdotes para exercerem seus ofícios deviam, entre outras coisas, lavarem-se na bacia de bronze colocada à entrada da Tenda da Congregação. Caso não lavassem os pés e as mãos morreriam. "A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão", disse John Wesley. O fogo vai descer do céu quando houver santificação.

Não é fácil fazer descer fogo do céu, disse Leonard Ravenhill. Mas é preciso! Nós precisamos do Espírito Santo: Ele nos convencerá do pecado, do juízo e da justiça; Ele nos guiará a toda a verdade; Ele glorificará a Cristo; Ele é revestimento de poder (Atos 1.8). E, somos exortados continuamente a sermos cheios de sua presença (Efésios 5.18). Para desfrutarmos dessa presença devemos fazer todas essas coisas pois procedem do Senhor. E, depois quando orarmos, Deus responderá com fogo do céu!

27/04/2016

O Rei vai bater à sua porta

LEIA: 2Samuel 6.1-12

Uma tragédia acabou sendo a causa de uma visita inusitada do Rei Davi à casa de Obede-Edom. A arca estava sendo levada à Jerusalém em cima de um carro de boi. Ao chegar à eira de Nacom, o bois tropeçaram e Uzá, filho de Eleazar e neto de Abinadabe, estende a mão para impedir que a arca caia. Ao tocá-la porém, Uzá é fulminado. Davi fica desgostoso e teme. Desiste de levar antes, vê-se obrigado deixá-la na casa de Obede-Edom. 

Mas por que a tragédia? Um culto ao Senhor poderia desagradá-lo a ponto de manifestar a sua ira de uma forma tão terrível? O que aconteceu de fato? Eis algumas razões:

1) Davi consultou o povo e não a Deus (1Crônicas 13.1-4);
2) Davi trouxe a arca imitando os filisteus (2Samuel 6.3 cf. 1Samuel 6.7);
3) Davi não foi advertido por Uzá e Aiô (cf. 2Crônicas 26.16-20).

Resultado: tragédia. E, é justamente nesse momento que entra em cena Obede-Edom. O Rei atemorizado bate à sua porta para deixar a arca sob seus cuidados. O nome Obede-Edom parece significar "servo do homem". O adjetivo geteu, por sua vez, deve ser entendido como uma referência a cidade levítica de Gate-Rimom em Dã ou Manassés (Josué 21.20-25). Na casa de Obede-Edom a arca permanece por três meses. O Senhor abençou a sua casa e tudo o que ele tinha (1Crônicas 13.14). Diferentemente de Abinadabe, Obede-Edom tratou com a devida reverência as coisas de Deus. Buscou a comunhão com o Senhor, não imitou os filisteus e não agiu indiferentemente diante do sagrado. Deus se agradou de suas atitudes e foi gracioso com a sua casa.

O Rei Davi, o saber que Obede-Edom havia sido abençoado por amor a arca de Deus, bate novamente a sua porta. Mas dessa vez não foi por conta de uma tragédia e sim por conta das graças de Deus sobre aquela casa. O Rei que outrora batera a porta triste e atemorizado dessa vez, o faz com alegria. Ele sabia que as bençãos eram as provas de que a ira de Deus havia sido aplacada. A arca foi levada para Jerusalém mas, agora, de forma correta (1Crônicas 15.2, 14, 15).

Mas o que aconteceu com Obede-Edom? Obede-Edom seguiu para Jerusalém junto com o cortejo. Não poderia mais ficar distante da glória de Deus. Na Cidade de Davi, foi inicialmente designado porteiro (1Crônicas 15.18) e depois, músico diante na Tenda da Congregação (1Crônicas 16.4,5). Além de cuidar da arca a bênção divina incluía filhos (1Crônicas 26.4,5). Estes, ficaram responsáveis para cuidar da porta sul do templo do Senhor, justamente defronte do palácio do Rei. A porta sul portanto, seria a principal usada pelo rei. Tal destinação reflete certamente uma honraria especial para Obede-Edom (1Crônicas 26.15).

Ao receber o Rei em sua casa a vida de Obede-Edom é transformada. Antes, um homem esquecido vivendo em um casebre à beira da estrada mas depois dessa visita, um homem abençoado e próspero. Mas lembremo-nos que essa visita foi causada por uma tragédia. Mas Deus virou essa sorte. Onde havia morte, houve vida. Onde havia desgraça, houve graça. O Rei esta à porta mas, cabe a nós, portanto, abri-la e desfrutarmos da gloriosa presença de Deus em nossas vidas. 

06/04/2016

O apólogo de Jotão em três perspectivas

LEIA: Juízes 9.7-15

Abimeleque, filho de Gideão com uma escrava, procura reestabelecer o culto cananeu entre o povo de Israel após a morte de seu pai. Para isso, ele convenceu os cidadãos de Siquém a seguí-lo em detrimento dos setenta filhos de Gideão. Com a ajuda de alguns homens, pagos com a oferta do templo de Baal, Abimeleque foi à casa de seu pai em Ofra e matou os seus irmãos para assim, tornar-se rei. No entanto, ele não esperava que Jotão, filho menor de Gideão, havia escapado do extermínio porque se escondera a tempo. Este, após tomar conhecimento que Abimeleque havia sido proclamado rei, sobe ao topo do monte Gerizim para dirigir-se ao povo de Siquém. Para ilustrar sua mensagem, Jotão utiliza-se de uma parábola (uma das poucas contidas no AT) que, por sua vez, ficou conhecida como o Apólogo de Jotão. Vamos aqui, ler esse estória a partir de três perspectivas:

1. ÁRVORES EM GERAL: A árvores queriam ungir sobre si um rei. Para tanto abordaram a oliveira, a figueira e a videira. Todas se recusaram! Apressadamente, escolheram como rei o espinheiro, arbusto farpado típico das colinas da Palestina e uma ameaça à agricultura que, por sua vez, não produzia nenhum fruto de valor. Assim, quando não sabemos esperar corremos o risco de atrair para nossas vidas coisas sem valor e improdutivas, que podem nos sufocar e até nos destruir;

2. ÁRVORES BOAS: As árvores boas -  oliveira, figueira e videira - recusaram o convite. Estavam por demais ocupadas com interesses próprios e não quiseram abrir mão deles em favor das demais árvores. Eximiram-se das suas responsabilidades. O espinheiro assim, sendo rei sobre todas as árvores, acabou também por dominá-las. Portanto, quando focamos apenas em nossos interesses e nos eximimos das nossas responsabilidades acabamos por prejudicar a todos, incluindo a nós mesmos. Aqui cabe as palavras de Martin Luther King: "O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons";

3. O ESPINHEIRO: É um arbusto e não uma árvore. Por sua vez, representa os efeitos da maldição sobre a terra (Gênesis 3.17,18). No AT, a palavra espinho pode designar figuradamente inimigo (e.g. Números 33.55). Portanto, representa destruição. Na parábola, o espinheiro é símbolo de oportunista pois aproveita-se da situação. Assim, devemos sempre reconhecer um espinheiro em meio às árvores e evitá-lo e, sobretudo, evitarmos ser como ele.

Através dessa parábola, Jotão tentou trazer o povo à consciência e a rever suas atitudes. Depois disso, Jotão viu-se obrigado a fugir. No entanto, o povo demorou três anos para reagir. Erraram mas reconheceram o erro. Demoraram-se todavia, para corrigir o erro. Dito isso, cabe mais uma lição para nós: corrigir nossos erros o mais rápido possível.



30/03/2016

A fé que faz ruir as muralhas

LEIA: Josué 6.1-27

Tendo atravessado o Jordão o povo depara-se com uma verdadeira fortaleza: a cidade de Jericó. Era uma cidade cujos muros mediam nove metros de altura e seis metros de espessura (entre muros internos e externos) em uma área de 32 km². Para tomar posse da terra, essa fortaleza precisaria ser derrubada. E assim se fez! No sétimo dia, após o toque das trombetas, o povo gritou e as muralhas ruíram. Não resta dúvida que a queda das muralhas foi um milagre de Deus. Mas existe um segredo que provocou esse milagre. Qual? A resposta encontra-se no livro de Hebreus: "Pela fé, ruíram as muralhas de Jericó, depois de rodeadas por sete dias" (Hebreus 11.30, ARA).

Portanto, o segredo que faz ruir as muralhas é a fé. Mas, o que exatamente é fé? Essa resposta também encontramos em Hebreus: "Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem" (Hebreus 11.1 ARA). Abraão, o pai da fé, "contra toda a esperança, em esperança creu" (Romanos 4.18 NVI). A fé nos transporta para além da dimensão tempo-espaço que estamos, nos lançando assim, para uma realidade que não é real mas que será.

A fé que fez ruir as muralhas de Jericó é:

1. Uma fé gerada pela palavra de Deus: "Saiba que entreguei nas suas mãos Jericó, seu rei e seus homens de guerra" (Josué 6.2). Portanto, o povo foi à conquista da cidade sob a palavra de Deus. Sabemos que a fé que vem através da palavra (Romanos 10.17). Os bereanos creram após examinar a palavra (Atos 17.11). Afinal, céus e terra passarão mas a palavra não passará (Mateus 24.35). A palavra de Deus provoca fé em nosso coração;

2. Uma fé provada pelo tempo de Deus: "Façam isso durante seis dias" (Josué 6.3b). Temos pressa mas Deus não. Ele sabe o tempo exato em que as coisas devem acontecer em nossa vida pois, "Para tudo há uma ocasião e um tempo para cada propósito debaixo do céu" (Eclesiastes 3.1). Saber esperar é um sinal de fé.

3. Uma fé motivada pela presença de Deus: "Levem a arca da aliança do Senhor"(Josué 6.6). Durante todo o período da conquista, a arca - símbolo da presença de Deus - era levada pelos sacerdotes. É interessante destacar que a arca estava na retaguarda. Instantes antes de atravessar o mar Vermelho, "...o Anjo de Deus que ia à frente dos exércitos retirou-se, colocando-se atrás deles [do povo] (Êxodo 14.19). Deus colocou-se entre o seu povo e os egípcios, protegendo-os e abrindo caminho. A presença de Deus em nossas vidas é garantia de que as muralhas ruirão.

A fé é o segredo que faz ruir as muralhas. Mas a fé que faz ruir as muralhas deve ser uma fé gerada pela palavra de Deus, provada e pelo tempo de Deus e motivada pela presença de Deus. 

23/03/2016

A responsabilidade dos pais na educação dos filhos

LEIA: Deuteronômio 6.4-7

Às vésperas de entrar na Terra Prometida, Moisés faz uma recapitulação da Lei para o povo. O nome do livro , Deuteronômio, aliás, significa exatamente isso: segunda lei. O texto em questão ficou conhecido como Shemá Israel. Não se trata de uma oração e sim de uma confissão de fé monoteísta dos judeus, recitadas duas vezes ao dia, uma pela manhã e outra, pela tarde e, ainda, com a mão direita fechando os olhos. Tal confissão ensina:

1. RECONHECER O SENHOR COMO ÚNICO DEUS: Há que se dizer que esse ensino não contradiz a Trindade. O objetivo é alertar o povo em relação às religiões idólatras dos povos cananeus;

2. AMAR O SENHOR DE TODO O CORAÇÃO, ALMA E FORÇAS: O desejo de Deus é a comunhão com o Seu povo através da:
2.1. Retribuição do Seu amor;
2.2. Observância do primeiro e grande mandamento juntamente com o segundo mandamento (cf. Mateus 22.37-40);
2.3. Verdadeira obediência (João 14.15).

3. ENSINAR DILIGENTEMENTE AOS FILHOS A SUA FÉ: O dever de educar os filhos é dos pais e não da Igreja, da escola ou de qualquer outra instituição. Cabe assim, ao pai e à mãe:
3.1. Cuidar do bem-estar espiritual dos filhos (Jó 1.5);
3.2. Ensinar a palavra de Deus aos filhos (Provérbios 22.6);
3.3. Disciplinar e repreender os filhos (Provérbios 3.11,12; Hebreus 12.5,6 cf. Efésios 6.4).

Eli, por não ensinar os filhos (1Samuel 2.12) trouxe problemas a sua casa e herdou o vento (Provérbios 11.29). Esse é um exemplo do resultado da omissão. A família do filho pródigo também teve suas falhas. A parábola menciona o pai, os filhos e até mesmo, os trabalhadores no entanto, não faz menção da mãe. A educação cristã é dever de ambos. No entanto, o pai cultivou a graça em sua graça e, o filho quando caiu em si, lembrou-se e voltou para a casa do pai (Lucas 15.17,18). Por isso, vale a pena investir na educação dos filhos. Não somos (nem seremos) pais perfeitos mas certamente as sementes que plantamos nos corações dos nossos filhos, em tempo oportuno, frutificarão. 



20/03/2016

Três perguntas diante da tempestade

LEIA: Marcos 4.35-41

As tempestades chegam para todos nós, são inevitáveis. E, quase sempre, chegam de forma repentina, são inesperadas. Quase sempre também não sabemos administrá-las, são inadministráveis. No entanto, as tempestades passam e, quando passam, nos deixam lições preciosas. Elas são, portanto, instrutivas. Diante das tempestades muitas perguntas surgem. Por ora, três se destacam:

1ª PERGUNTA: Dos discípulos a Jesus, - Mestre, não te importa que pereçamos? (v.38b):
A pergunta, em tom de censura, surge:
a) Porque os discípulos não conseguiam conjugar a obediência à Deus com a turbulência;
b) Porque os discípulos não conseguiam conjugar a urgência deles com a demora de Deus;
c) Porque os discípulos não conseguiam conjugar o barulho do/no mar com o silêncio de Deus.

2ª PERGUNTA: De Jesus para os discípulos; - Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé? (v.40);
A pergunta, também em tom de censura, surge:
a) Porque os discípulos estavam sob a promessa de Deus (v.35);
b) Porque os discípulos estavam na presença de Jesus (v.38);
c) Porque os discípulos estavam diante da verdadeira paz (v.38);
d) Porque os discípulos estavam face ao poder de Jesus (v.39).

3ª PERGUNTA: Entre eles (os discípulos), - Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? (v.41):
A pergunta, em tom de censura, surge:
a) Porque os discípulos não conheciam Jesus;
b) Porque os discípulos não conheciam o poder de Jesus;

Conhecendo a resposta dessa terceira pergunta certamente conheceremos as respostas para as duas anteriores e, até mesmo, para qualquer outra que eventualmente surja. Jesus, estando em nosso barco, não há tempestade que não seja contida. Ficarão as lições! E que essas, por sua vez, sirvam para nos tornar mais confiantes quando outras tempestades chegarem em nossas vidas!







16/03/2016

O seu líder precisa de você!

LEIA: Números 11.29

O desejo de todo pastor e líder é que seu povo seja cheio do Espírito Santo. Não é difícil entender isso! Pois alguém assim é manso, humilde, verdadeiro adorador, operoso na obra. Esse último aspecto, aliás, certamente é o que caracterizava e distinguia o desejo de Moisés. Ele precisava de pessoas para ajudá-lo na obra.

Em certa ocasião, o povo murmurou porque recebia todo dia o maná da parte de Deus; queria carne porque no Egito era assim. Moisés pensou onde encontraria carne para alimentar toda aquela gente? Disse a Deus que sozinho não poderia conduzir o povo pois era pesado demais (v.14). Deus assim, designa 70 anciãos para ajudá-lo, tirou do Espírito que estava sobre Moisés e eles profetizaram. Dois anciãos que não estavam entre os 70, Eldade e Meldade, profetizavam no arraial. Josué, servo de Moisés, veio até ele para que os proibisse. Moisés, disse que não, é claro. E ainda desejou que todo o povo fosse profeta e cheio do Espírito Santo (v.29).

Moisés não podia prosseguir mais em sua liderança solitária. Ademais, ele sabia que o "profetizar" representava uma credencial do Espírito Santo para o ministério. Aqueles 70 profetizaram uma única vez (v.25). Moisés sabia também que o Espírito Santo não era restrito a algumas pessoas apenas. Quem pensava assim era Josué pois, ao querer proibir aqueles dois homens, implicitamente, entendia que só alguns (os líderes) poderiam experimentar os dons do Espírito.

Um líder não é um super-herói e precisa dos outros! Se alguns líderes tem de aprender isso, os liderados também! Que o Espírito Santo lhe dê discernimento! Você é importante e o seu líder precisa de você! 

09/03/2016

O Deus das Promessas

LEIA: Números 23.19

O povo que saiu do Egito debaixo de uma promessa, a conquista da terra, depois de anos e anos no deserto está próximo de ver cumprida essa promessa. Nesse instante, Balaque, rei dos moabitas, temendo os filhos de Israel que avançam, vencendo todos os seus adversários manda chamar Balaão para amaldiçoar o povo. Após certa resistência e consulta a Deus, o profeta cede ao convite do rei. No entanto, não pôde amaldiçoar o povo porque aquele povo era abençoado. Então, começa a proferir oráculos à Israel. No contexto do segundo oráculo, no v.19, fala-se da promessa e o do Deus que cumpre a promessa. O v.19 fala de Deus! Para vermos nossas promessas cumpridas precisamos, antes, conhecer o Deus que as fez. O texto em apreço nos ensina assim, quatros atributos de Deus.

1) VERACIDADE: "Deus não é homem, para que minta..." Deus é verdadeiro, o homem é mentiroso (Romanos 3.4) porque é impossível que Deus minta (Hebreus 6.18). Portanto, se as Palavras procedem de Deus, são verdadeiras (João 17.17b);

2) IMUTABILIDADE: "nem filho do homem, para que se arrependa." Deus não volta atrás em relação à sua Palavra. Ele não muda (Malaquias 3.6; Hebreus 13.8; Tiago 1.17). Nós assim, podemos mudar em relação aos seus propósitos, mas Deus não;

3) FIDELIDADE: "Porventura, tendo ele prometido (...) ou tendo falado...". Quem fez a promessa (Deus) é fiel para cumpri-la, por isso a necessidade de guardar firme a confissão da esperança (Hebreus 10.23);

4) INFABILIDADE: "não o fará (...) não o cumprirá." Sabemos que não há coisas difíceis (Gênesis 18.14), para Ele tudo é possível (Mateus 19.26; Marcos 19.27; Lucas 1.37). Nenhum plano do Senhor pode ser frustrado (Jó 42.2).

Para conhecermos as Promessas de Deus precisamos antes, o Deus das Promessas. 

02/03/2016

Fogo estranho mata

LEIA: Levítico 10.1-3

Nadabe e Abiú, filhos de Arão e sobrinhos de Moisés, foram separados para o serviço a Deus (Êxodo 24.1-10; Êxodo 28.1-2). Mas logo no culto inaugural ofereceram fogo estranho a Deus. Resultado: foram consumidos pelo fogo de Deus! O que eles fizeram (ou não fizeram)? Porque Deus não aceitou o culto que lhe prestaram? Por que os consumiu?

Por três razões, a saber:

I. Nadabe e Abiú fizeram aquilo que Deus não havia ordenado (v.1);

II. Nadabe e Abiú se achegaram a Deus pelas próprias obras (v.3); 
 1. Deus é santificado pela graça manifesta;
 2. Deus é santificado pela justiça manifesta.

III. Nadabe e Abiú desejaram a glória para si próprios (v.3).

Deus ordenou a Moisés exatamente como queria o culto (a planta do tabernáculo, os utensílios, os serviços). Não podemos prestar culto a Deus da forma que nos convém. Também não podemos nos achegar a Ele se não por meio de Jesus Cristo (Jo; 1Pedro 2.1-4). Se fizemos assim, Deus será santificado pela Sua Graça, do contrário, pela Sua Justiça. Deus não recebe culto hipócrita (Isaías 1.10 ss) e não divide Sua Glória com ninguém (Isaías 42.8). Mesmo estando debaixo da Graça, o princípio de Levítico ainda é válido (Hebreus 12.25-28). O nosso Deus é fogo consumidor!

17/02/2016

Chamado para ser bênção!

LEIA: Gênesis 12.1-3

Abençoar a todas as famílias da terra sempre foi o grande projeto de Deus. Desde o início, Ele procurou se relacionar com toda a humanidade. No entanto, o homem sempre se mostrou hostil a Ele. Deus ordenava que o homem fosse fecundo e se multiplicasse sobre a terra. O homem, por sua vez, o desobedecia. A gota d'água foi o episódio da Torre de Babel. O homem planejou construir uma torre que alcançasse o céu para que seu nome se tornasse célebre e para que ele não fosse espalhado pela terra. Deus desce e embarga a obra mas não o Seu projeto. Assim, Ele chama um homem, Abrão, lhe dá algumas ordens e lhe faz promessas. Deus diz a Abrão: sê tu uma bênção! 

Quem não ser uma bênção? Certamente todos queremos, não há dúvida! Mas o que significa exatamente ser uma bênção?

Para responder essa questão precisamos nos reportar ao significado de bênção no contexto do AT inicialmente. Nesse, bênção (ou abençoar) seria conceder poder a alguém para alcançar prosperidade, longevidade, fecundidade, obter sucesso e muitos frutos (cf. Números 6.22-27). No NT, o conceito acaba por contemplar também favores espirituais (cf. Efésios 1.3). Ser abençoado é receber de Deus benefícios de ordem material e espiritual mas também transmitir esses benefícios a outros. Você, assim como a Abraão, foi chamado para SER (e não TER) uma bênção!

O projeto de Deus de abençoar todas as famílias (ou nações) da terra seria realizado através de Abraão. Ele foi instrumento de Deus para que outros se beneficiassem. Nós, somos filhos espirituais de Abraão porque professamos a mesma fé que ele professou. Afinal, cremos em Jesus Cristo, em quem se cumpriu todas as promessas que Deus lhe fizera. Abraão permitiu que o propósito de Deus se cumprisse e não o dele. Eis aí o caminho para que alguém seja bênção.

Deus ordena que Abraão saísse da sua terra, da sua parentela e da casa de seu pai e fosse para uma terra que lhe mostraria. Mas por que Deus pede a Abraão algo tão difícil? Porque a família de Abraão era idólatra (Josué 24.2). Por isso precisaria deixar aquilo que o afastaria de Deus. Isso implicaria, pelas leis do mundo antigo, que Abraão perderia toda a sua herança uma vez que esta, estava diretamente vinculada à terra. Perderia também o privilégio do nome e estaria sujeito a toda sorte de desventuras. Mas Deus promete que o protegeria e que o honraria em terra estranha. E assim se fez.

Portanto, ser bênção requer obediência, renúncia, separação, intimidade, fé. Ser bênção implica ainda, em transferir a bênção que recebemos a outros. Dar é melhor que receber (Atos 20.35). Para isso fomos chamados!

10/02/2016

Pequenos, mas muito sábios!

LEIA: Provérbios 30.24-28

O livro de Provérbios fala de quatro seres muito pequenos e insignificantes aos olhos dos homens mas que possuem muita sabedoria. Que animais são esses? Quais lições tem para nos ensinar?

Para conhecer essas e outras questões, clique AQUI.

09/02/2016

Jesus, nosso advogado supremo

LEIA: 1João 2.1-2

O assunto da Bíblia é Cristo e, em suas páginas, nos é revelado diversos aspectos a respeito d'Ele. Em sua primeira epístola, João fala de Jesus como nosso advogado junto ao Pai. Três características, no entanto, o revelam não como um advogado qualquer, mas como o advogado supremo:

1. O SEU CARÁTER: O advogado supremo é justo (santo, perfeito, imaculado) e, portanto, apto para nos defender;

2. A SUA OBRA: O advogado supremo é a propiciação pelos nossos pecados. Ele não apenas nos defende como assume nosso lugar;

3. O SEU MÉTODO: O advogado supremo adota métodos nada convencionais:
  • Não veio para defender nossa inocência mas sim para reafirmar nossa culpa;
  • Não cobra honorários, seu trabalho é gratuito;
  • Está sempre disponível para nos atender;
  • Jamais perdeu causa alguma;
  • É titular em nossa causa.

É importante dizer que João escreve sua epístola para crentes orientando-os para que não pequem. No entanto, o cristão vive uma constante luta contra o pecado (Romanos 7.7-25) e, inevitavelmente, peca. Por isso, o apóstolo amado diz que para os seus leitores que, se pecarem, tem a disposição um advogado justo, o advogado supremo.

O pecado em nossos vidas traz sérias consequências (Salmo 32) e, por isso, urge confessá-los. O sangue de Jesus é poderoso para perdoar qualquer pecado. Aliás, apenas um pecado não é perdoável, qual seja, a blasfêmia contra o Espírito Santo (Mateus 12.21; Marcos 3.29).

Por isso, confessemos nossos pecados! Pecado confessado é pecado perdoado. Hoje, Jesus é nosso advogado supremo. Amanhã, será nosso juíz e, igualmente, supremo!

03/02/2016

Remédio amargo é que cura

LEIA: Êxodo 15.22-27

Assim como aqueles leprosos que foram curados pelo caminho (Lucas 17.11-19) nós também vamos recebendo tratamento no decorrer de nossa peregrinação a fim de sermos curados de todas as nossas enfermidades, tanto as do corpo como da alma. O povo que saiu do Egito estava doente. Na verdade, eles saíram do Egito mas o Egito não saiu de seus corações (Atos 7.39). No deserto, todavia, receberiam tratamento. O problema é que aquele povo era um povo obstinado e teimoso que rejeitou o cuidado do Senhor. A caminhada seria de quarenta dias mas que, pela desobediência, tornou-se uma caminhada de quarenta anos (Números 14.34; Deuteronômio 1.34-40). O saldo final foi lamentável: aquela geração pereceu no deserto, vítima de uma doença fatal: a desobediência.

Após a travessia miraculosa pelo mar vermelho, caminham três dias no deserto sem encontrar água. Estavam exaustos certamente. A sequidão do deserto quase os haviam consumidos. Cumpridos esses três dias de caminhada chegam a Mara e encontram um oásis no meio do deserto: havia água!. Mas não puderam bebê-la porque eram amargas. Como alguém desidratado pelos efeitos de um sol escaldante pode rejeitar água? Pois bem, chamaram Moisés e exigiram explicações. Ele clama a Deus que, ao final, torna as águas doces (as águas voltaram a ser amargas depois!). Mal sabia aquele povo que aquelas águas amargas era o remédio que Deus havia prescrito para curá-los. 

1) DEUS SABE O REMÉDIO QUE CURAS AS NOSSAS ENFERMIDADES (v.26): A água era amarga mas era potável. Poderiam ter consumida sem problemas. Hoje sabe-se que essas águas contém dolomita, um mineral indicado para quem vai fazer longas caminhadas pois ajuda a controlar os batimentos cardíacos. Também contém magnésio indicado para doenças intestinais e estomacais. Escravos no Egito por 400 anos aquele povo ingeriu águas contaminadas do Rio Nilo e de outras fontes e, por essa razão, sofriam esses males. Mas por serem amargas, o povo rejeita um medicamento com todas essas propriedades;

2) NÃO DEVEMOS REJEITAR O REMÉDIO PRESCRITO POR DEUS (v.22): O  povo não pode beber a água porque era amarga, Deus fez com que a água torna-se doce. Isso, no entanto, foi um juízo aplicado sobre aquele povo rebelde. Muitas vezes, os pais cedem os desejos do filho por insistência. A água ficou doce e a doença do povo agravou-se (vd. Êxodo 16.2);

3) MURMURAÇÃO É SINTOMA DE ENFERMIDADE (v.24): O povo estava doente e, talvez, o sintoma mais evidente dessa condição era a constante murmuração. Na verdade, tudo aquilo era uma prova aplicada por Deus. O povo, como sabemos, não passou no teste pois não soube discernir que aquilo se tratava de uma prova. Assim, por mais difícil que seja a prova, deve-se clamar a Deus e não murmurar.

Nossa prova pode durar quarenta dias ou quarenta anos. Tudo depende da forma com a qual vamos reagir ao tratamento prescrito por Deus. Quanto mais amargo o remédio, maior o seu efeito. Portanto, não o rejeitemos. Remédio amargo nos deixa doce. Remédio doce nos deixa amargo!

P.S. Em Elim, localizada a pouca distância de Mara, Deus havia preparado sombra e água fresca para eles (v.27)

29/01/2016

Crise: como superá-la?

LEIA: Salmo 66.10

Quando o assunto é economia ou política, crise é a primeira palavra que vem a mente. É bem verdade que, além dessas, existem outras "crises", muitas localizadas em um âmbito bem pessoal e, às vezes, de caráter estritamente subjetivo. Crises emocionais, crises na família, crises no casamento são alguns exemplos. No entanto, seja como for crise é crise! A questão portanto, é: como superá-la?

Para encaminharmos tal questão devemos compreender que acrisolar (v.10b) significa purificar no crisol. Este, por sua vez, era o nome de um recipiente onde se colocava a prata a fim de tirar as suas impurezas. O crisol era submetido ao fogo que, por sua vez, purificava o metal. A palavra crise vem daí assim como crítica, critério, crivo. Todas formadas a partir do radical "cri" (ou krei). Portanto, poderia-se definir crise como sendo um período crítico, no qual deve-se estabelecer critérios mas, sob o crivo de Deus, para superá-la. Crise assim, sinaliza a necessidade de se fazer escolhas!

1) ...período crítico: identificar pontos críticos (quais as causas da crise ou quais as "impurezas");

2) ...estabelecer critérios: fixar parâmetros (que ajam nas causas, i.e., que retirem as impurezas); vd. Colossenses 3.15 e 16:
a) Paz no coração;
b) Obediência da Palavra (Colossenses 3.15);
c) Instrução e conselhos (Provérbios 11.14);
d) Adoração (Colossenses 3.16b cf. 1Tessalonicenses 5.18);

3)...sob o crivo de Deus: confirmação d'Ele. (se forem adotados os Seus critérios - citados acima - certamente obterão aprovação de Deus);

A crise é difícil em nossas vidas porque é, justamente, nesse momento que temos fazer escolhas. Mas, se queremos superá-la, necessariamente, temos de fazer escolhas! Não temos, nesse caso, escolha... Não podemos fazer a mesma coisa sempre e esperar resultados diferentes pois, como disse Einstein, isso é insanidade!

Não devemos olhar para crise como FIM mas como INÍCIO. Quantas histórias de sucesso começaram a ser escrita em tempos de crise?

E, devemos muitas vezes, olhar para crise como prova de Deus em nossas vidas (v.10a). Mas o Deus que prova é o Deus que tem o controle da situação ainda que nós o tenhamos perdido!

Portanto, para superar a crise é preciso fazer escolhas!


24/01/2016

Propostas de Faraó

LEIA: Êxodo 8. 25-27; 28-32; 10.8-11; 24-29

O diabo lança mão de propostas e mais propostas para nos afastar da presença de Deus. Ele quer nos desviar do propósito que assumimos em servir a Deus a todo custo, através de mentiras e enganos. Foi exatamente dessa forma que Faraó tentou impedir o povo de prestar culto a Deus. Moisés, escolhido para libertar os hebreus escravizados no Egito, resistia a cada proposta. Faraó, por sua vez, persistia. Eis aí uma característica interessante do diabo: persistência. Ele não desiste facilmente:

1ª) FARAÓ PROPÕE QUE O POVO PRESTE CULTO A DEUS NO PRÓPRIO EGITO (Êx 8.25-27): Os sacrifícios que o povo ofereceria a Deus incluía animais sagrados para os egípcios. Por isso, aos olhos desses, eram abominações, sacrilégios. O povo de Deus, certamente, seria o inimigo público nº 1 dos egípcios. A hostilidade e a opressão aumentariam ainda mais. Além disso, não é possível cultuar a Deus no mundo (Romanos 12.1-2) pois o mundo não pode entender a mensagem da cruz (1Coríntios 1.23). E a Bíblia nos ensina também que somos um corpo (Ef 5.23), devemos congregar e ter comunhão uns com os outros (Hebreus 10.25). Isso não é possível ser feito fora da Igreja (caso dos desigrejados). “Não nos reunimos na Casa de Deus mas nos reunimos como Casa de Deus”.

2ª) FARAÓ PROPÕE QUE O POVO PRESTE CULTO A DEUS NÃO MUITO LONGE DA SUA VISTA (Êxodo 8.28-32): A primeira proposta falhou mas imediatamente Faraó lança outra. O povo poderia cultuar mas não poderia ir muito longe. Quantas pessoas não vão muito longe na fé. Estacionam. Talvez porque foram questionadas (ou se auto-questionaram) sobre a importância da assiduidade nos cultos, do aprofundamento da Palavra, da intensidade da oração. Muitos não conseguem transpor as fronteiras do mundo. E, pior, tentam conciliá-lo com uma vida de santidade! Impossível.

3ª) FARAÓ PROPÕE QUE APENAS OS HOMENS DENTRE O POVO PRESTEM CULTO A DEUS (Êxodo 10.8-11): Um notório ataque à família, algo tão corriqueiro em nossos dias. No entanto, além de causar divisão no seio da família, Faraó intentava impedir que os homens cumprissem o papel designado por Deus como sacerdotes de suas casas haja vista que, partissem só, não conduziriam suas famílias a Deus. A decisão da família em servir a Deus deve partir do homem (Josué 24.15).

4ª FARAÓ PROPÕE QUE O POVO DEIXASSE SEUS BENS NO EGITO PARA QUE PRESTASSEM CULTO A DEUS (Êxodo 10. 24-27): Se não pudessem levar o gado, com que animais fariam o sacrifício? O diabo quer criar empecilhos para que ofereçamos nosso culto a Deus. Em outras palavras, ele quer criar dificuldades para irmos à Igreja, para orarmos, para ler a Bíblia. “Aquilo que nos aproxima de Deus é benção mas, aquilo que nos afasta de Sua presença é cilada”! O diabo veio para roubar, matar e destruir (João 10.10). Faraó queria que o povo saísse com a roupa do corpo no entanto, Deus prometera o contrário (Gênesis 15.14 cf. Êxoso 12.40). E, foi exatamente assim que aconteceu. Afinal, Ele nos deu garantia de vida plena (João 10.11). Se é verdade que a vida cristã exige renúncia também é verdade que não podemos abrir mão daquilo que Deus nos deu!


Faraó permitiu que o povo saísse mas, imediatamente, saiu atrás do povo, com carros e cavaleiros. Ele é persistente, lembra? Isso nos ensina que o nosso adversário não vai desistir. Lançará uma proposta e, se resistirmos, lançará outra. E assim por diante! Sabemos que, se o resistirmos, ele fugirá (Tiago 4.7) mas até em ocasião oportuna (Lucas 4.13). No entanto, como Moisés, devemos sempre resistir, não cair na conversa do inimigo. Cada vez que dizemos NÂO às propostas do diabo, Deus diz SIM às nossas. Ele executa juízo sobre o inimigo e nos preserva e opera, ainda, grandes milagres em nossas vidas. Tudo para a Sua honra e glória!