30/03/2016

A fé que faz ruir as muralhas

LEIA: Josué 6.1-27

Tendo atravessado o Jordão o povo depara-se com uma verdadeira fortaleza: a cidade de Jericó. Era uma cidade cujos muros mediam nove metros de altura e seis metros de espessura (entre muros internos e externos) em uma área de 32 km². Para tomar posse da terra, essa fortaleza precisaria ser derrubada. E assim se fez! No sétimo dia, após o toque das trombetas, o povo gritou e as muralhas ruíram. Não resta dúvida que a queda das muralhas foi um milagre de Deus. Mas existe um segredo que provocou esse milagre. Qual? A resposta encontra-se no livro de Hebreus: "Pela fé, ruíram as muralhas de Jericó, depois de rodeadas por sete dias" (Hebreus 11.30, ARA).

Portanto, o segredo que faz ruir as muralhas é a fé. Mas, o que exatamente é fé? Essa resposta também encontramos em Hebreus: "Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem" (Hebreus 11.1 ARA). Abraão, o pai da fé, "contra toda a esperança, em esperança creu" (Romanos 4.18 NVI). A fé nos transporta para além da dimensão tempo-espaço que estamos, nos lançando assim, para uma realidade que não é real mas que será.

A fé que fez ruir as muralhas de Jericó é:

1. Uma fé gerada pela palavra de Deus: "Saiba que entreguei nas suas mãos Jericó, seu rei e seus homens de guerra" (Josué 6.2). Portanto, o povo foi à conquista da cidade sob a palavra de Deus. Sabemos que a fé que vem através da palavra (Romanos 10.17). Os bereanos creram após examinar a palavra (Atos 17.11). Afinal, céus e terra passarão mas a palavra não passará (Mateus 24.35). A palavra de Deus provoca fé em nosso coração;

2. Uma fé provada pelo tempo de Deus: "Façam isso durante seis dias" (Josué 6.3b). Temos pressa mas Deus não. Ele sabe o tempo exato em que as coisas devem acontecer em nossa vida pois, "Para tudo há uma ocasião e um tempo para cada propósito debaixo do céu" (Eclesiastes 3.1). Saber esperar é um sinal de fé.

3. Uma fé motivada pela presença de Deus: "Levem a arca da aliança do Senhor"(Josué 6.6). Durante todo o período da conquista, a arca - símbolo da presença de Deus - era levada pelos sacerdotes. É interessante destacar que a arca estava na retaguarda. Instantes antes de atravessar o mar Vermelho, "...o Anjo de Deus que ia à frente dos exércitos retirou-se, colocando-se atrás deles [do povo] (Êxodo 14.19). Deus colocou-se entre o seu povo e os egípcios, protegendo-os e abrindo caminho. A presença de Deus em nossas vidas é garantia de que as muralhas ruirão.

A fé é o segredo que faz ruir as muralhas. Mas a fé que faz ruir as muralhas deve ser uma fé gerada pela palavra de Deus, provada e pelo tempo de Deus e motivada pela presença de Deus. 

23/03/2016

A responsabilidade dos pais na educação dos filhos

LEIA: Deuteronômio 6.4-7

Às vésperas de entrar na Terra Prometida, Moisés faz uma recapitulação da Lei para o povo. O nome do livro , Deuteronômio, aliás, significa exatamente isso: segunda lei. O texto em questão ficou conhecido como Shemá Israel. Não se trata de uma oração e sim de uma confissão de fé monoteísta dos judeus, recitadas duas vezes ao dia, uma pela manhã e outra, pela tarde e, ainda, com a mão direita fechando os olhos. Tal confissão ensina:

1. RECONHECER O SENHOR COMO ÚNICO DEUS: Há que se dizer que esse ensino não contradiz a Trindade. O objetivo é alertar o povo em relação às religiões idólatras dos povos cananeus;

2. AMAR O SENHOR DE TODO O CORAÇÃO, ALMA E FORÇAS: O desejo de Deus é a comunhão com o Seu povo através da:
2.1. Retribuição do Seu amor;
2.2. Observância do primeiro e grande mandamento juntamente com o segundo mandamento (cf. Mateus 22.37-40);
2.3. Verdadeira obediência (João 14.15).

3. ENSINAR DILIGENTEMENTE AOS FILHOS A SUA FÉ: O dever de educar os filhos é dos pais e não da Igreja, da escola ou de qualquer outra instituição. Cabe assim, ao pai e à mãe:
3.1. Cuidar do bem-estar espiritual dos filhos (Jó 1.5);
3.2. Ensinar a palavra de Deus aos filhos (Provérbios 22.6);
3.3. Disciplinar e repreender os filhos (Provérbios 3.11,12; Hebreus 12.5,6 cf. Efésios 6.4).

Eli, por não ensinar os filhos (1Samuel 2.12) trouxe problemas a sua casa e herdou o vento (Provérbios 11.29). Esse é um exemplo do resultado da omissão. A família do filho pródigo também teve suas falhas. A parábola menciona o pai, os filhos e até mesmo, os trabalhadores no entanto, não faz menção da mãe. A educação cristã é dever de ambos. No entanto, o pai cultivou a graça em sua graça e, o filho quando caiu em si, lembrou-se e voltou para a casa do pai (Lucas 15.17,18). Por isso, vale a pena investir na educação dos filhos. Não somos (nem seremos) pais perfeitos mas certamente as sementes que plantamos nos corações dos nossos filhos, em tempo oportuno, frutificarão. 



20/03/2016

Três perguntas diante da tempestade

LEIA: Marcos 4.35-41

As tempestades chegam para todos nós, são inevitáveis. E, quase sempre, chegam de forma repentina, são inesperadas. Quase sempre também não sabemos administrá-las, são inadministráveis. No entanto, as tempestades passam e, quando passam, nos deixam lições preciosas. Elas são, portanto, instrutivas. Diante das tempestades muitas perguntas surgem. Por ora, três se destacam:

1ª PERGUNTA: Dos discípulos a Jesus, - Mestre, não te importa que pereçamos? (v.38b):
A pergunta, em tom de censura, surge:
a) Porque os discípulos não conseguiam conjugar a obediência à Deus com a turbulência;
b) Porque os discípulos não conseguiam conjugar a urgência deles com a demora de Deus;
c) Porque os discípulos não conseguiam conjugar o barulho do/no mar com o silêncio de Deus.

2ª PERGUNTA: De Jesus para os discípulos; - Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé? (v.40);
A pergunta, também em tom de censura, surge:
a) Porque os discípulos estavam sob a promessa de Deus (v.35);
b) Porque os discípulos estavam na presença de Jesus (v.38);
c) Porque os discípulos estavam diante da verdadeira paz (v.38);
d) Porque os discípulos estavam face ao poder de Jesus (v.39).

3ª PERGUNTA: Entre eles (os discípulos), - Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? (v.41):
A pergunta, em tom de censura, surge:
a) Porque os discípulos não conheciam Jesus;
b) Porque os discípulos não conheciam o poder de Jesus;

Conhecendo a resposta dessa terceira pergunta certamente conheceremos as respostas para as duas anteriores e, até mesmo, para qualquer outra que eventualmente surja. Jesus, estando em nosso barco, não há tempestade que não seja contida. Ficarão as lições! E que essas, por sua vez, sirvam para nos tornar mais confiantes quando outras tempestades chegarem em nossas vidas!







16/03/2016

O seu líder precisa de você!

LEIA: Números 11.29

O desejo de todo pastor e líder é que seu povo seja cheio do Espírito Santo. Não é difícil entender isso! Pois alguém assim é manso, humilde, verdadeiro adorador, operoso na obra. Esse último aspecto, aliás, certamente é o que caracterizava e distinguia o desejo de Moisés. Ele precisava de pessoas para ajudá-lo na obra.

Em certa ocasião, o povo murmurou porque recebia todo dia o maná da parte de Deus; queria carne porque no Egito era assim. Moisés pensou onde encontraria carne para alimentar toda aquela gente? Disse a Deus que sozinho não poderia conduzir o povo pois era pesado demais (v.14). Deus assim, designa 70 anciãos para ajudá-lo, tirou do Espírito que estava sobre Moisés e eles profetizaram. Dois anciãos que não estavam entre os 70, Eldade e Meldade, profetizavam no arraial. Josué, servo de Moisés, veio até ele para que os proibisse. Moisés, disse que não, é claro. E ainda desejou que todo o povo fosse profeta e cheio do Espírito Santo (v.29).

Moisés não podia prosseguir mais em sua liderança solitária. Ademais, ele sabia que o "profetizar" representava uma credencial do Espírito Santo para o ministério. Aqueles 70 profetizaram uma única vez (v.25). Moisés sabia também que o Espírito Santo não era restrito a algumas pessoas apenas. Quem pensava assim era Josué pois, ao querer proibir aqueles dois homens, implicitamente, entendia que só alguns (os líderes) poderiam experimentar os dons do Espírito.

Um líder não é um super-herói e precisa dos outros! Se alguns líderes tem de aprender isso, os liderados também! Que o Espírito Santo lhe dê discernimento! Você é importante e o seu líder precisa de você! 

09/03/2016

O Deus das Promessas

LEIA: Números 23.19

O povo que saiu do Egito debaixo de uma promessa, a conquista da terra, depois de anos e anos no deserto está próximo de ver cumprida essa promessa. Nesse instante, Balaque, rei dos moabitas, temendo os filhos de Israel que avançam, vencendo todos os seus adversários manda chamar Balaão para amaldiçoar o povo. Após certa resistência e consulta a Deus, o profeta cede ao convite do rei. No entanto, não pôde amaldiçoar o povo porque aquele povo era abençoado. Então, começa a proferir oráculos à Israel. No contexto do segundo oráculo, no v.19, fala-se da promessa e o do Deus que cumpre a promessa. O v.19 fala de Deus! Para vermos nossas promessas cumpridas precisamos, antes, conhecer o Deus que as fez. O texto em apreço nos ensina assim, quatros atributos de Deus.

1) VERACIDADE: "Deus não é homem, para que minta..." Deus é verdadeiro, o homem é mentiroso (Romanos 3.4) porque é impossível que Deus minta (Hebreus 6.18). Portanto, se as Palavras procedem de Deus, são verdadeiras (João 17.17b);

2) IMUTABILIDADE: "nem filho do homem, para que se arrependa." Deus não volta atrás em relação à sua Palavra. Ele não muda (Malaquias 3.6; Hebreus 13.8; Tiago 1.17). Nós assim, podemos mudar em relação aos seus propósitos, mas Deus não;

3) FIDELIDADE: "Porventura, tendo ele prometido (...) ou tendo falado...". Quem fez a promessa (Deus) é fiel para cumpri-la, por isso a necessidade de guardar firme a confissão da esperança (Hebreus 10.23);

4) INFABILIDADE: "não o fará (...) não o cumprirá." Sabemos que não há coisas difíceis (Gênesis 18.14), para Ele tudo é possível (Mateus 19.26; Marcos 19.27; Lucas 1.37). Nenhum plano do Senhor pode ser frustrado (Jó 42.2).

Para conhecermos as Promessas de Deus precisamos antes, o Deus das Promessas. 

02/03/2016

Fogo estranho mata

LEIA: Levítico 10.1-3

Nadabe e Abiú, filhos de Arão e sobrinhos de Moisés, foram separados para o serviço a Deus (Êxodo 24.1-10; Êxodo 28.1-2). Mas logo no culto inaugural ofereceram fogo estranho a Deus. Resultado: foram consumidos pelo fogo de Deus! O que eles fizeram (ou não fizeram)? Porque Deus não aceitou o culto que lhe prestaram? Por que os consumiu?

Por três razões, a saber:

I. Nadabe e Abiú fizeram aquilo que Deus não havia ordenado (v.1);

II. Nadabe e Abiú se achegaram a Deus pelas próprias obras (v.3); 
 1. Deus é santificado pela graça manifesta;
 2. Deus é santificado pela justiça manifesta.

III. Nadabe e Abiú desejaram a glória para si próprios (v.3).

Deus ordenou a Moisés exatamente como queria o culto (a planta do tabernáculo, os utensílios, os serviços). Não podemos prestar culto a Deus da forma que nos convém. Também não podemos nos achegar a Ele se não por meio de Jesus Cristo (Jo; 1Pedro 2.1-4). Se fizemos assim, Deus será santificado pela Sua Graça, do contrário, pela Sua Justiça. Deus não recebe culto hipócrita (Isaías 1.10 ss) e não divide Sua Glória com ninguém (Isaías 42.8). Mesmo estando debaixo da Graça, o princípio de Levítico ainda é válido (Hebreus 12.25-28). O nosso Deus é fogo consumidor!