30/09/2015

A armadura de Deus: a oração

LEIA: Efésios 6.18-20

A oração é o meio pelo qual podemos avaliar a nossa vida cristã de modo que, a sua qualidade, nada mais é que o reflexo da qualidade das nossas orações. Se pensarmos que a vida cristã é o nosso campo de batalha, lograremos mais êxito nele se estivermos em constante oração. Um bom soldado, portanto, é aquele que está em contínua comunicação com o seu general e sabe, sobretudo, reconhecer suas ordens.

O momento mais precioso na vida do crente é o da oração. Isso porque quando oramos, todas as pessoas da Trindade estão em ação. Não sei se nos damos conta disso mas nós oramos à Deus, em nome de Jesus e sob a intercessão do Espírito Santo. Um momento tão precioso quanto esse não deve nunca ser desperdiçado. É nessa hora que somos orientados quanto ao procedimento no campo de batalha.

Mas o que é oração? E, como se deve orar? Oração é uma conversa com Deus mas não é uma conversa entre pares. Muito pelo contrário, é uma conversa entre indigentes com o Todo-Poderoso. Portanto, essa conversa exige preparação. Quando vamos nos dirigir a determinadas autoridades, por exemplo, somos extremamente criteriosos em relação ao que dizer. Portanto, quando vamos nos dirigir a Deus, devemos ser ainda mais criteriosos. Por isso, a orientação é orar através de Sua própria Palavra (João 15.7).

Paulo diz ainda aos Efésios que oração requer perseverança e intercessão do Espírito (Efésios 6.18). Devemos, pois, orar incessantemente (1Tessalonicenses 5.17), reconhecendo, assim, o tempo oportuno no qual receberemos graça e misericórdia do Pai (Hebreus 4.16). E, aquilo que não conseguimos expressar com palavras a Deus, o Espírito Santo fará através de gemidos inexprimíveis (Romanos 8.26).

Devemos orar por todos os santos, isto é, uns pelos outros (Efésios 6.18). Afinal somos um exército e devemos socorrer os demais soldados em suas necessidades. Orar uns pelos outros exercita nosso senso de coletividade e nos impede de pecar (1Samuel 12.23). Clamar a Deus apenas pelas nossas necessidades é um péssimo indicador da qualidade das nossas orações. Por outro lado, orar pelas necessidades alheias e, sobretudo, por aqueles que pregam a Palavra eleva esse indicador sobremaneira.

Um outro indicador da qualidade de nossas orações diz respeito aos motivos que apresentamos a Deus. Tais motivos são de ordem material apenas? Ou são de ordem espiritual? Oração requer, como dissemos anteriormente, preparo. É preciso, pois, instrução. Os discípulos em uma determinada situação perguntaram a Jesus como deviam orar (Lucas 11.1). O mestre respondeu-lhe deixando um modelo, a oração dominical (Mateus 6.9-13). Quem não conhece essa oração? Certamente a maioria das pessoas, até mesmo os não-cristãos. Mas aquilo que está nas entrelinhas dessa oração certamente quem conhece não é a maioria.

Na oração dominical são feitas sete petições das quais, seis de ordem espiritual e, apenas uma, de ordem material. O que Jesus quis ensinar aos seus discípulos (e, por extensão, à nós) é que as coisas espirituais devem ser prioridade em nossas vidas, ou seja, o Reino de Deus e a justiça (Mateus 6.33).

Um exército vitorioso é sustentado pela oração de modo que, não há vitória, sem oração!

23/09/2015

A armadura de Deus: a espada do Espírito

LEIA: Efésios 6.17

Eis a arma mais poderosa do soldado: a espada. Os romanos utilizavam uma espada curta de modo a ser manejada por uma mão apenas facilitando, assim, o embate corporal. A espada é fundamental para atacar mas também para defender. Como ao soldado cristão resta-lhe a certeza de que será atacado, defender-se é fundamental. Nesse aspecto, a espada do Espírito, isto é, a Palavra de Deus é uma poderosa arma.

No deserto, o diabo ataca Jesus utilizando a Palavra que, por sua vez, o contra-ataca também com a Palavra (Mateus 4.1-11). A Palavra assim, deve vista ser como a própria Escritura e, usá-la como arma de defesa, requer intimidade. Muitos a tomam como um objeto místico de poder, deixam-na aberta em algum lugar na esperança que, dessa forma, o inimigo seja afugentado. Ledo engano! A Palavra de Deus precisa ser lida, ouvida e obedecida (Apocalipse 1.3). De nada serve uma arma tão poderosa se não soubermos manuseá-la. Um soldado, portanto, deve estar acostumado com a espada a fim de manejá-la com destreza resistindo assim, o inimigo pois, dessa forma, ele será afugentado. Quem garante isso? A Palavra de Deus (Tiago 4.7). 

A armadura de Deus: o capacete da salvação

LEIA: Efésios 6.17

Apesar de ser a última peça da armadura a ser colocada pelo soldado, o capacete é uma das armas mais importantes pois protege a cabeça. Um ferimento nessa parte do corpo é mortal. Por isso, o capacete do soldado romano era uma peça reforçada de bronze que cobria não só a cabeça mas o pescoço e também parte do ombro. Não poderia haver qualquer tipo de vulnerabilidade nesse aspecto. O soldado deveria estar protegido e, diga-se de passagem, bem protegido.

Mas para o soldado cristão qual a importância de se estar devidamente revestido de um capacete, qual seja, o capacete da salvação? O que esse peça representa? Para o cristão, o capacete representa a esperança da salvação (1Tessalonicenses 5.8), essa dom gratuito de Deus (Efésios 2.8). Por essa razão, o inimigo não pode nos tirar a salvação mas ele pode ofuscá-la. De que modo? Primeiro, ele pode gerar dúvidas em nosso coração em relação à salvação: será que sou salvo? Segundo, pode gerar desesperança em relação à salvação fazendo-nos focar nas coisas desse mundo apenas. Onde está nosso tesouro, está nosso coração (Mateus 6.21). Afinal, se nossa esperança em Cristo se limita a essa vida somos os mais infelizes de todos os homens (1Coríntios 15.19).

A certeza da salvação é uma arma poderosa contra o inimigo. Ela minimiza os sofrimentos do presente pois nos transporta para o porvir (Romanos 8.18). Aponta para a conclusão da obra que Deus começou em nossas vidas e vai concluí-la até esse tempo (Filipenses 1.6). Em suma, torna mais suave nossa peregrinagem por aqui, Um soldado com a cabeça protegida não pensa em outra coisa, a não ser prosseguir para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Filipenses 3.14).

16/09/2015

A armadura de Deus: o escudo da fé

LEIA: Efésios 6.16

A maior peça da armadura dos soldados romanos era o escudo. Essa peça, de 1,20 m de altura por 0,80 m de largura,  constituía-se em uma placa ovalada de madeira muito resistente, coberta por chapas metálicas e revestida por couro embebido na água para apagar as flechas incendiadas dos inimigos. Estes, mergulhavam a ponta da flecha no betume, ateavam fogo e atiravam-na.

Os soldados deviam posicionar devidamente o escudo, protegendo o corpo desde o joelho até a altura do queixo. De nada adiantaria um escudo de dimensões tão grandes se mal utilizado. Não protegeria o soldado adequadamente. O mesmo raciocínio vale para o soldado cristão pois, este, deve embraçar o seu escudo, posicionando-o corretamente. O que Paulo quis dizer aos Efésios é que, procedendo dessa forma, a fé estaria em plena atividade e produziria frutos. Não adianta ter fé, é preciso colocá-la em ação pois, do contrário essa seria uma fé morta (Tiago 2.17).

Existe uma operação militar conhecida como "tartaruga" na qual os soldados posicionam seus escudos sobre a cabeça formando assim, uma espécie de casco. Este, por sua vez, protegia a corporação por isso além de proporcionar uma defesa individual, o escudo também proporciona uma defesa corporativa. Isso nos ensina algo muito simples: uma fé fortalecida vai fortalecer a fé do outro. Infelizmente, a recíproca é verdadeira: uma fé enfraquecida vai enfraquecer a fé do outro. Somos um exército, devemos lutar uns pelos outros, encorajando-nos e fortalecendo-nos mutuamente.

No entanto, é oportuno lembrarmos que o escudo da fé apaga todos os dardos inflamados do maligno e não apenas alguns. É, portanto, uma arma muito eficiente. Mas o que representam esses dardos? Quais significados possuem para nós? Podemos destacar vários significados: a) Acusações pessoais: o inimigo perdeu o seu papel de acusador legal mas não perdeu o hábito de acusar os santos de Deus, porém o faz no nível pessoal. Quantas vezes, por exemplo, ouvimos palavras severas sem motivo aparente?; b) Tentações: quando caímos na armadilha da soberba; e, c) Distrações: quando nos preocupamos com coisas insignificantes. São dardos inflamados do maligno mas, não nos esqueçamos, o escudo da fé apaga todos eles.

O inimigo utiliza dardos pois prefere nos atacar à distância, de maneira quase sempre traiçoeira. Não importa para ele uma vitória honrosa. Mas também atira dardos porque não pode se aproximar daquele que é nascido de Deus (1Pedro 5.8; 1João 5.18) pois o Espírito Santo, o poder de Deus em nossas vidas, o impede. Portanto, não lhe resta outra opção a não ser essa.

A armadura de Deus: a sandália do Evangelho

LEIA: Efésios 6.15

Os calçados utilizados pelos soldados romanos eram sandálias feitas de couro e com pregos na solas. Elas davam firmezas aos soldados durante os confrontos. Vale lembrar que o campo de batalha era um local terrível, encharcado (muitas vezes de sangue!) e, portanto, era necessário um calçado que os mantivesse em pé. A queda representava, sem sombra de dúvida, morte.

Um soldado cristão também deve estar calçado com essas sandálias, no entanto, ao contrário dos soldados romanos que deveriam utilizá-la para matar, o soldado cristão deve utilizá-la para salvar haja vista que sua arma é o Evangelho que é o poder de Deus para a salvação de todos os que creem (Romanos 1.16).  

Calçar essas sandálias, por sua vez, requer preparo. É preciso que o soldado tenha consciência da missão que lhe fora designada. O Evangelho precisa ser anunciado através dos pés formosos que as calçam. (Isaías 52.7; Romanos 10.14-15). Esses pés, muitas vezes, feridos e cansados, são belos aos olhos de Deus. E, são esses mesmos pés que também tem a incumbência de defender o Evangelho (1Pedro 3.15; Judas 1.3) com mansidão e temor mas sempre em favor de sua integridade.

Paradoxalmente, a sandália do Evangelho deve produzir paz:

  1. Paz com Deus (Romanos 5.1); 
  2. Paz com o próximo (Efésios 2.19); 
  3. Paz conosco (João 14.27). 
Isso parece fazer com coro com aquela máxima: "Se queres paz, te preparas para a guerra". Estamos, pois, em guerra mas em favor da paz.

Por fim, a sandália do Evangelho pisará todos os inimigos de Cristo (1Coríntios 15.27) e, por fim, esmagará a Satanás (Romanos 16.20). O Reino de Deus avança a medida que todos os soldados calcem suas sandálias e invistam contra o inimigo. Portanto, a ordem é estar com os pés calçados (Efésios 6.15).

09/09/2015

A armadura de Deus: a couraça da justiça

LEIA: Efésios 6.14

A couraça era uma espécie de colete feito de chapas metálicas, muito reforçado colocado junto ao tórax cujo objetivo era proteger o peito e as costas do soldado. Em um certo sentido, a couraça era uma "segunda pele".

Do ponto de vista teológico, essa peça aponta para a justificação. O sangue de Jesus na cruz do Calvário nos justificou. Assim, nossos pecados foram pagos e, pela fé, nos tornamos justos diante de Deus. Não há o que temer diante do Seu Tribunal. O diabo perdeu o direito legal de nos acusar de modo não pesar nenhuma acusação contra os eleitos de Deus (Romanos 8.32). O escrito da dívida que era contra nós foi cancelado (Colossenses 2.14).

Estarmos revestidos da couraça da justiça significa estarmos vivendo uma vida de santidade. Deixamos o pecado, todavia, pecamos. Assim, devemos estar sempre aos pés da cruz clamando pela misericórdia de Deus. Por isso, bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão fartos (Mateus 5.6).

A armadura de Deus: o cinto da verdade

LEIA: Efésios 6.14

As duas primeiras peças da armadura as quais Paulo descreve são o cinto da verdade e a couraça da justiça. São peças fundamentais, não por acaso, ele as relaciona com firmeza, estabilidade (Efésios 6.14). Isso se deve, certamente, pelo profundo significado teológico que elas contém.

Na armadura, o cinto é uma das últimas peças a ser colocadas pelos soldados. Sua importância reside no fato de que essa peça segura as demais. Do ponto de vista teológico, a verdade aponta para a pessoa de Jesus Cristo (João 16.14), o logos de Deus (João 1.1). Refere-se, pois, à Palavra de Deus (João 17.17). Em última instância, revela-se em uma arma extremamente poderosa para se combater a mentira, cujo pai é o diabo (João 8.44).

Assim, a orientação é para que andemos na verdade (3João 1.4) abandonando, assim, uma vida de engano e mentiras (Efésios 4.20-25) e para que tomemos a Palavra de Deus como verdade absoluta combatendo, dessa maneira, todo relativismo presente em nossa época. Em suma, a orientação de Paulo é: apertem os cintos!

Soldados cristãos: revesti-vos de toda a armadura de Deus

LEIA: Efésios 6.10-20

Na cruz o diabo sofreu uma derrota humilhante e irreversível (Colossenses 2.15). Foi expulso do céu (Apocalipse 12.7-12) e amarrado para não mais enganar as nações (Apocalipse 20.1-3). No entanto, mesmo derrotado ele não está inativo (1 Pedro 5.8). Sabe que lhe resta pouco tempo (Apocalipse 12.12) e, por essa razão, não mede esforços para atacar o povo de Deus. Nós, a partir do momento que reconhecemos o senhorio de Jesus Cristo em nossas vidas imediatamente somos alistados em seu Exército e já estamos em batalha. A nossa vida cristã passa ser o nosso campo de batalha e não há possibilidade de não lutarmos mas há possibilidade de nos prepararmos para a luta. Somos soldados cristãos! E, portanto, precisamos estar revestidos de toda a armadura de Deus para a batalha.

Mas o que significa realmente revestir-se da armadura de Deus? O que isso quer dizer? Revestir-se da armadura de Deus significa revestir-se de Cristo (Romanos 13.14) de modo que, cada uma das peças da armadura, são virtudes do próprio Cristo. É interessante notar que Paulo nos diz que devemos tomar toda a armadura (Efésios 6.11,13), ou seja, todas as peças que a compõem e não algumas apenas. Isso porque não podemos estar vulneráveis diante do inimigo. Quem não se lembra de Áquiles, o herói grego morto justamente por ser atingido no calcanhar, o seu ponto fraco? Revestir-se, pois, de toda a armadura significa eliminar todo e qualquer ponto fraco que existe.

Nossos inimigos não são a carne e o sangue mas, principados e potestades, dominadores deste mundo tenebroso, forças espirituais do mal (Efésios 6.12). Embora invisíveis, são reais. Além disso, são parte de um reino extremamente organizado (Marcos 9.28) cujo cabeça é Satanás. No entanto, mesmo diante dessa realidade não devemos superestimar a forca do inimigo. Estamos lutando do lado vencedor. Nosso general é Cristo. Ele venceu e por isso somos mais vencedores (Romanos 8.37). O que nos compete nessa batalha, portanto, é o empenho pois, aquele pelo qual lutamos nos garante vitória sobre todos os nossos adversários.