01/06/2016

É preciso romper com o passado

LEIA: Esdras 3.12

Após várias advertências de Deus ao povo através de seus mensageiros, Jerusalém finalmente é tomada em 586 a.C. pelos babilônios. O templo foi destruído e os utensílios levados para a Babilônia. O povo permaneceu cativo por setenta anos (Jeremias 25.11-12, 29.10; Daniel 9.2) até que Ciro, rei da Pérsia, decreta o fim do cativeiro (Esdras 1.1-4). Assim, o povo começou a retornar para Jerusalém, sob a liderança de Zorobabel, em 538 a.C.

As pessoas voltavam para às suas próprias cidades (Esdras 2.1). Viam ruínas onde antes havia beleza. Em Jerusalém, o povo imediatamente começou a reconstruir o templo. No entanto, quando os alicerces foram lançados os mais velhos começaram a chorar porque o templo erigido por Salomão era muito mais glorioso. As palavras do profeta Ageu, possivelmente um dos que conheceram o primeiro templo, confirmam isso: “Não é ela como nada aos vossos olhos?” (Ageu 2.2).

A tristeza dos mais idosos diante do templo de Zorobabel, na verdade, é fruto de uma certa nostalgia, de um apego exagerado ao passado. E, viver preso ao passado, obscurece tanto o presente quanto o futuro:

1. Presente: Jerusalém havia sido devastada e o seu templo, destruído. Tudo o que enchia os olhos daquelas pessoas não existia mais. Era preciso reconhecer isso para viver o presente e, assim, encontrar forças para recomeçar. É preciso reconhecer os humildes começos (Zacarias 4.10). As coisas mudam e, às vezes, nos prendemos ao passado também por resistência, isto é, por não querer mudar;

2. Futuro: Quem não consegue vislumbrar o presente quem dirá então, o futuro? As profecias apontavam para um tempo glorioso. Não se tratava de um futuro imediato mas apontava para um futuro escatológico. A glória da última casa será maior que a da primeira (Ageu 2.9). A última casa não é feita de pedras pois Deus não habita mais em templos feitos por mãos humanas (Atos 17.24).

O povo não havia entendido que o exílio não era somente castigo mas também bênção, pois deixou a terra colocar-se em dia nos seus repousos sabáticos (Levítico 26.40-45). Deus tinha se lembrado da sua aliança (Levítico 26.45) e restaurado o seu povo à terra. A ressurreição de Cristo altera radicalmente a perspectiva sabática. A redenção criou um novo povo para Deus. O crente em Cristo de hoje não segue o modelo sabático da antiga aliança. Não trabalha os primeiros seis dias, olhando com esperança em direção ao descanso. Ao contrário, começa a semana regozijando-se no descanso já cumprido pelo acontecimento cósmico da ressureição de Cristo. E então entra alegremente nos seis dias de trabalho, confiante no sucesso pela vitória que Cristo alcançou (ROBERTSON, 2002, p.60)

O povo estava triste, a obra sofreu oposição e foi embargada, o desânimo dificultava a restauração mas, exortados, por Ageu e Zacarias, o templo é concluído, no ano de 516 a.C. Foi preciso pois, romper com o passado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário