LEIA:
Esdras 3.12
Após várias advertências de Deus ao povo
através de seus mensageiros, Jerusalém finalmente é tomada em 586 a.C. pelos
babilônios. O templo foi destruído e os utensílios levados para a Babilônia. O
povo permaneceu cativo por setenta anos (Jeremias 25.11-12, 29.10; Daniel 9.2)
até que Ciro, rei da Pérsia, decreta o fim do cativeiro (Esdras 1.1-4). Assim,
o povo começou a retornar para Jerusalém, sob a liderança de Zorobabel, em 538
a.C.
As pessoas voltavam para às suas próprias
cidades (Esdras 2.1). Viam ruínas onde antes havia beleza. Em Jerusalém, o povo
imediatamente começou a reconstruir o templo. No entanto, quando os alicerces
foram lançados os mais velhos começaram a chorar porque o templo erigido por Salomão
era muito mais glorioso. As palavras do profeta Ageu, possivelmente um dos que
conheceram o primeiro templo, confirmam isso: “Não é ela como nada aos vossos
olhos?” (Ageu 2.2).
A tristeza dos mais idosos diante do templo
de Zorobabel, na verdade, é fruto de uma certa nostalgia, de um apego exagerado
ao passado. E, viver preso ao passado, obscurece tanto o presente quanto o
futuro:
1. Presente: Jerusalém havia sido
devastada e o seu templo, destruído. Tudo o que enchia os olhos daquelas
pessoas não existia mais. Era preciso reconhecer isso para viver o presente e,
assim, encontrar forças para recomeçar. É preciso reconhecer os humildes
começos (Zacarias 4.10). As coisas mudam e, às vezes, nos prendemos ao passado
também por resistência, isto é, por não querer mudar;
2.
Futuro: Quem
não consegue vislumbrar o presente quem dirá então, o futuro? As profecias
apontavam para um tempo glorioso. Não se tratava de um futuro imediato mas
apontava para um futuro escatológico. A glória da última casa será maior que a
da primeira (Ageu 2.9). A última casa não é feita de pedras pois Deus não
habita mais em templos feitos por mãos humanas (Atos 17.24).
O povo não havia entendido que o exílio não
era somente castigo mas também bênção, pois deixou a terra colocar-se em dia
nos seus repousos sabáticos (Levítico 26.40-45). Deus tinha se lembrado da sua
aliança (Levítico 26.45) e restaurado o seu povo à terra. A ressurreição de
Cristo altera radicalmente a perspectiva sabática. A redenção criou um novo
povo para Deus. O crente em Cristo de hoje não segue o modelo sabático da
antiga aliança. Não trabalha os primeiros seis dias, olhando com esperança em
direção ao descanso. Ao contrário, começa a semana regozijando-se no descanso
já cumprido pelo acontecimento cósmico da ressureição de Cristo. E então entra
alegremente nos seis dias de trabalho, confiante no sucesso pela vitória que
Cristo alcançou (ROBERTSON, 2002, p.60)
O povo estava triste, a obra sofreu oposição
e foi embargada, o desânimo dificultava a restauração mas, exortados, por Ageu
e Zacarias, o templo é concluído, no ano de 516 a.C. Foi preciso pois, romper
com o passado.
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