08/06/2016

Não esconda a sua tristeza

LEIA: Neemias 2.1-2

Se perguntarem a você se está triste, o que você diria caso estivesse? Abriria o coração ou esconderia sua tristeza? Muitos optariam pela segunda opção a fim esconder o que estão sentindo. Na verdade, existem situações que até podemos mas, não devemos esconder os nossos sentimentos. Em outras porém, até queremos esconder mas não podemos pois são tão evidentes. Nessas ocasiões, talvez o melhor a fazer é realmente abrir o nosso coração àqueles os quais Deus nos envia. Foi exatamente isso que Neemias fez quando foi indagado pelo rei acerca do que sentia (Neemias 1.1-11). Ele não escondeu sua tristeza do rei (Neemias 2.3).

A julgar pela atitude de Neemias, também não devemos esconder a tristeza:

1) Porque em alguns casos isso é muito evidente: O rei pergunta a Neemias porque ele está triste uma vez que não está doente (v.2). Nos parece ser muito óbvio para o rei que a tristeza de Neemias estava relacionada mesmo ao coração (v.2). Essa situação, ao que parece, foi a primeira vez que Neemias realmente não conseguiu esconder sua tristeza. Ele próprio diz que nunca havia estado triste diante do rei (v.1). Talvez, ela tenha querido dizer que nunca havia demonstrado seus sentimentos uma vez que, como copeiro, não poderia servir sem a devida disposição.

2) Porque há muitas pessoas que verdadeiramente se importam conosco: O rei indagou Neemias porque se importava com ele, afinal, era o seu copeiro. Essa função indubitavelmente caracterizava Neemias como alguém que desfrutava de muita confiança no palácio. Literalmente, copeiro significa "quem dá algo para (alguém) beber". Há registros históricos que qualificam o copeiro como aquele que deveria escolher e provar o vinho do rei para certificar-se de que ele não estaria envenenado (2.1). Por isso, o rei confiava em Neemias e, há quem diga, que tinha uma predileção por ele. 

3) Porque as pessoas querem nos ajudar: O rei perguntou, Neemias temeu mas lhe abriu o coração. Neemias o responde, no entanto, a fim de provocar compaixão no coração do rei. Quando refere-se a Jerusalém não a menciona pelo nome, em vez disso, lança mão de uma figura de linguagem. Ele diz: "a cidade que está o sepulcro dos meus pais (v.3)." Está claro que tal expediente surtiu efeito pois em seguida, o rei o pergunta: "o que estás me pedindo?"Até então, Neemias não o havia pedido absolutamente nada (Talvez aquela pergunta do rei serviu apenas para motivar Neemias a contar-lhe tudo). Por fim, é interessante notar que antes de responder a pergunta, Neemias faz uma oração a Deus como lhe era costumeiro (1.4; 4.4,9; 5.19; 6.9; 13.14,21,29,31). Neemias, portanto, fazia largamente uso desse recurso.

Tudo o que Neemias precisava o rei lhe providenciou. E porquê? Porque abriu o seu coração a ele e o expôs suas demandas. Nós precisamos de Deus mas também precisamos dos outros! Elias sentiu-se abandonado em uma das cavernas do Monte Horebe, desejou a morte (1Reis 19.4). Paulo, por sua vez, desejou ver Timóteo com urgência quando estava preso em uma masmorra romana (2Timóteo 4.9,21). Deus levanta pessoas em nossos momentos difíceis. Pessoas que se importam conosco e querem nos ajudar. Portanto, se perguntarem a você se está triste? Se estiver, não esconda a sua tristeza!

01/06/2016

É preciso romper com o passado

LEIA: Esdras 3.12

Após várias advertências de Deus ao povo através de seus mensageiros, Jerusalém finalmente é tomada em 586 a.C. pelos babilônios. O templo foi destruído e os utensílios levados para a Babilônia. O povo permaneceu cativo por setenta anos (Jeremias 25.11-12, 29.10; Daniel 9.2) até que Ciro, rei da Pérsia, decreta o fim do cativeiro (Esdras 1.1-4). Assim, o povo começou a retornar para Jerusalém, sob a liderança de Zorobabel, em 538 a.C.

As pessoas voltavam para às suas próprias cidades (Esdras 2.1). Viam ruínas onde antes havia beleza. Em Jerusalém, o povo imediatamente começou a reconstruir o templo. No entanto, quando os alicerces foram lançados os mais velhos começaram a chorar porque o templo erigido por Salomão era muito mais glorioso. As palavras do profeta Ageu, possivelmente um dos que conheceram o primeiro templo, confirmam isso: “Não é ela como nada aos vossos olhos?” (Ageu 2.2).

A tristeza dos mais idosos diante do templo de Zorobabel, na verdade, é fruto de uma certa nostalgia, de um apego exagerado ao passado. E, viver preso ao passado, obscurece tanto o presente quanto o futuro:

1. Presente: Jerusalém havia sido devastada e o seu templo, destruído. Tudo o que enchia os olhos daquelas pessoas não existia mais. Era preciso reconhecer isso para viver o presente e, assim, encontrar forças para recomeçar. É preciso reconhecer os humildes começos (Zacarias 4.10). As coisas mudam e, às vezes, nos prendemos ao passado também por resistência, isto é, por não querer mudar;

2. Futuro: Quem não consegue vislumbrar o presente quem dirá então, o futuro? As profecias apontavam para um tempo glorioso. Não se tratava de um futuro imediato mas apontava para um futuro escatológico. A glória da última casa será maior que a da primeira (Ageu 2.9). A última casa não é feita de pedras pois Deus não habita mais em templos feitos por mãos humanas (Atos 17.24).

O povo não havia entendido que o exílio não era somente castigo mas também bênção, pois deixou a terra colocar-se em dia nos seus repousos sabáticos (Levítico 26.40-45). Deus tinha se lembrado da sua aliança (Levítico 26.45) e restaurado o seu povo à terra. A ressurreição de Cristo altera radicalmente a perspectiva sabática. A redenção criou um novo povo para Deus. O crente em Cristo de hoje não segue o modelo sabático da antiga aliança. Não trabalha os primeiros seis dias, olhando com esperança em direção ao descanso. Ao contrário, começa a semana regozijando-se no descanso já cumprido pelo acontecimento cósmico da ressureição de Cristo. E então entra alegremente nos seis dias de trabalho, confiante no sucesso pela vitória que Cristo alcançou (ROBERTSON, 2002, p.60)

O povo estava triste, a obra sofreu oposição e foi embargada, o desânimo dificultava a restauração mas, exortados, por Ageu e Zacarias, o templo é concluído, no ano de 516 a.C. Foi preciso pois, romper com o passado.

25/05/2016

A música que agrada a Deus

LEIA: 2Crônicas 5.2-14

Qual a música agrada a Deus? Essa pergunta tem instigado a todos! Afinal, existe um determinado estilo musical do qual Deus se agrada? Talvez não exista um estilo específico. Mas o que realmente agrada a Deus é todo um contexto de adoração o qual, possivelmente, é resumida pela música. Vemos exatamente esse contexto no culto de inauguração do templo de Salomão. Resultado: a glória de Deus encheu aquele lugar! Tal contexto é marcado pelos (as):

1. Princípios de Adoração: "...os levitas tomaram a arca" (v.4). Tais princípios, como sabemos, são definidos pelo próprio Deus em sua palavra;

2. Pureza da Adoração: A adoração requer:
2.1. Santidade (v.11), cultos hipócritas não são recebidos por Deus (cf. Isaías 1.11; Amós 5.21-24; Malaquias 1.10);
2.2. Unidade, "e, quando em uníssono [harmonia], a um tempo (v.13);

3. Propósitos de Adoração: Louvor e gratidão a Deus pelo o que Ele é (v.13).

Os sons emitidos pelos instrumentos apenas resumiram todo esse contexto de adoração. Devemos, assim, criar esse contexto se desejamos ver a glória de Deus. Nosso louvor pode ser feito independente das circunstâncias. Podemos estar tristes (Salmo 88.1-3) ou em festa (2Samuel 6.16-23). Podemos entoar nosso louvor não somente através do canto mas também através das nossas próprias vidas. O importante é a glória de Deus descer e encher nossas vidas!

A oração de Jabez

LEIA: 1CRÔNICAS 4.9-10

As infindáveis genealogias contidas no Primeiro Livro das Crônicas são interrompidas por uma mini-biografia de um homem chamado Jabez. As informações sobre ele são sobremodo escassas. Sabemos apenas que foi o mais ilustre entre os seus irmãos mas que o seu nascimento fora marcado por muita dor, fato aliás, que lhe rendeu o nome (v.9). A oração feita por Jabez, ao contrário de ser um mantra capaz de mudar situações, revela algumas verdades acerca do próprio Deus, senão vejamos:

1. DEUS CUIDA DOS MENOS FAVORECIDOS (cf. 1Coríntios 1.26-29): Como sabemos, o próprio nome de Jabez aponta para a sua triste condição. Mas nos parece que Deus mudou sua sorte tornando-o um homem bom e honrado. O contexto da passagem remonta à conquista da terra, à época de Josué. Nesse sentido, Jabez fora colocado por Deus para uma difícil missão: exterminar os cananeus e apossar-se da terra. Tarefa árdua que o levaria a invocar o Deus de Israel. Jabez teve êxito em sua missão (v.10) a ponto de, segundo consta, ser homenageado, vendo uma cidade onde viviam escribas, receber o seu próprio nome (1Crônicas 2.55);

2. DEUS NOS ENSINA A ORAR POR BÊNÇÃOS MATERIAIS MAS SOBRETUDO, POR BÊNÇÃOS ESPIRITUAIS (cf. Mateus 6.9-15): A oração é uma forma de mantermos nossa comunhão com Deus. Devemos orar não até que Deus nos ouça mas sim, até que ouçamos a Deus. A nossa oração não muda os planos de Deus, muda os nossos. Quanto mais orarmos, mais conheceremos a vontade de Deus para as nossas vidas de modo que a vontade d’Ele será consoante a nossa. Isso parece ser verdadeiro na oração de Jabez. Sabendo que teria que liderar uma expedição militar, invoca o Deus de Israel (v.10). Exterminar os cananeus era a vontade de Deus (cf. Levítico 18. 24-29) pois as suas práticas, tão abomináveis diante de Deus, acabara por contaminar a própria terra. Por isso, os pedidos de Jabez:

2.1. Oh! Tomara que me abençoes...
2.2. ...e me alargues as fronteiras,
2.3. ...que seja comigo a tua mão
2.4. ....e me preserves do mal, de modo que não sobrevenha a aflição! (v.10);

3. DEUS É O CENTRO DAS NOSSAS ORAÇÕES E NÃO NÓS MESMOS: A oração deve exaltar a Deus e não o homem (cf. Lucas 18.9-14). Jabez parecia saber disso. Ele inicia sua oração dizendo “Oh! Tomara que me abençoes...”. Era como se dissesse: “Seja feita a tua vontade” (cf. Mateus 26.39; Marcos 14.36; Lucas 22.42). Jabez reconhecia sua limitação diante da tarefa que lhe esperava pois enfrentaria, além de soldados ferozes, hostes malignas do inferno. Sua batalha era física mas também espiritual. Era mister receber as bênçãos de Deus! E, elas foram dadas, no instante que o Deus Todo-Poderoso fora exaltado em sua oração. Em outras palavras, Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido.


Que as nossas orações sejam como essa de Jabez! Não poderosas, mas humildes. Afinal, poderoso é Deus!

11/05/2016

Perseverança, o segredo para uma vitória completa!

LEIA: 2Reis 13.14-19

Diante das duras investidas da Síria a Israel, o rei Jeoás vai até Eliseu, na ocasião velho e doente. Essa visita no entanto, marca o retorno do profeta à narrativa bíblica pois Eliseu saira de cena assim que Jeú fora ungido rei de Israel. Foram longos anos sem qualquer registro bíblico acerca de Eliseu. Estima-se cerca de quarenta e cinco anos, abrangendo vinte e oito anos do reinado de Jeú e dezessete, de Jeocáz. O rei Jeú cumpre a profecia dada através de Elias que a casa de Acabe seria destruída (2Reis 10.1-14). No entanto, esse rei não deixou de lado a idolatria que caracterizara Israel desde Jeroboão de modo que, o seu reinado tinha prazo de validade (2Reis 10.28-30), Eliseu sabia que tempos difíceis viriam. O profeta disse a Hazael, filho de Ben-Hadade - rei da Síria e seu pai - que os sírios atacariam e destruiriam os filhos de Israel (2Reis 8.11-12). A oração de Jeocáz no entanto, foi respondida por Deus e, por um instante, houve trégua sobre o seu reino (2Reis 13.4-5). Mas o estrago já estava feito: os sírios destruíram quase que totalmente o exército de Israel que, naquele momento, não tinha condições de seguir para a batalha e enfrentar seus inimigos (2Reis 13.7). Portanto, é nesse contexto de extrema opressão que Jeoás vai ao encontro do profeta.

É intrigante porém, o fato desse lapso na narrativa bíblica em relação a Eliseu. O que teria acontecido? O povo teria esquecido-se do profeta ou, então, o profeta teria esquecido-se do povo? Lembremos que Israel vivia uma apostasia terrível e somente diante de uma situação muito difícil o rei resolveria pedir socorro ao profeta, reconhecendo-o como homem de Deus. Por sua vez, o profeta que havia distanciado-se daquele povo não faz caso das diferenças e recebe o rei. Eliseu deu ao rei arco e flechas e pediu para ele retesar o arco. Colocou suas mãos sobre as mãos dele e disse para que o abrisse a janela para o oriente (onde estava localizada a Síria) e disparasse as flechas. Estas, por sua vez, flechas da vitória do Senhor eram símbolos da vitória de Israel sobre os sírios.

Diante das batalhas mais renhidas que enfrentamos o Senhor:

1) Nos dá as armas para a batalha; 
2) Nos dá as estratégias para a batalha;
3) Nos dá as vitórias nas batalhas.

O profeta pediu para o rei atirasse as flechas mas não estabeleceu o número de vezes. Assim, o rei atirou três vezes e parou. Isso indignou profundamente o profeta: "Cinco ou seis vezes a deverias ter ferido [a terra]; então feririas os sírios até os consumir; porém, agora, só três vezes ferirás os sírios" (2Reis 13.19). Outro fato intrigante: porque Jeoás parou de atirar as flechas sendo que o profeta não o havia mandado parar? Ele deveria ter continuado a atirar as flechas mesmo a despeito da incredulidade ou do desânimo e só parar diante de uma palavra de Eliseu. Em outras palavras, ele deveria ter perseverado para que a sua vitória fosse completa. Portanto, enquanto Deus não nos dizer que temos que parar, perseveremos! A vitória de Jeoás portanto, foi parcial. A honra coube a seu filho Jeroboão II, anos mais tarde, quando derrota finalmente os sírios (2Reis 14.25,28).

04/05/2016

Fogo do céu

LEIA: 1Reis 18.30-38

Diante dos profetas de Baal no Monte Carmelo e do povo, Elias orou e o fogo caiu do céu. A oração de Elias foi simples e humilde. Ele invocou o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó em uma alusão à aliança de Deus com os patriarcas mas o fez na condição de servo. Mas em sua oração Elias disse ainda que "segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas" (v.36). E a pergunta é: que coisas que são coisas são estas?

1) Elias restaurou o altar do Senhor que estava em ruínas (v.30): havia naquele lugar um altar erigido ao Senhor. O povo foi advertido a destruir altares em lugares altos e somente construir onde o Senhor escolher. Parece que a vontade de Deus não estava sendo cumprindo e, por sua vez, isso explica a sua existência. No entanto, esse altar estava em ruínas e, para que o fogo descesse do céu, esse altar precisaria ser restaurado. Esse altar representa a nossa vida, o "nosso corpo que deve ser apresentado a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus"(Romanos 12.1-2). Nossa vida pois, deve manisfestar os frutos do Espírito. O fogo vai descer do céu quando houver restauração.

2) Elias tomou doze pedras, segundo o número das tribos dos filhos de Jacó, para restaurar o altar (v.31): nesse momento, o reino estava dividido, Reino do Norte ou Israel e Reino do Sul ou Judá. A divisão não era a vontade de Deus e Elias queria demonstrar isso: "...casa dividida contra si mesma não subsistirá" (Mateus 12.25b). Isso quer dizer que sem unidade e sem comunhão, o fogo não desce. É interessante notar que o avivamento experimentado pela igreja primitiva era fruto das orações e da comunhão: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações" (Atos 2.42). Mais adiante, é possível ler: "Diariamente perseravavam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos" (Atos 2.44). O fogo vai descer do céu quando houver unidade.

3) Elias fez um rego em redor do altar (v.32): após restaurar o altar com doze pedras, Elias fez um círculo em torno desse altar demonstrando a necessidade de separação ou, então, santificação. Aquele rego significa um limite entre o santo e o profano, entre Deus e o mundo. O fogo não vai cair fora do território consagrado a Deus por isso, a necessidade de separar-se ou santificar-se porque "sem santificação ninguém verá o Senhor" (Hebreus 12.14). É oportuno destacar que Elias encharca o holocausto, a lenha e o próprio rego com água, ou seja, toda instalação. À primeira vista, podemos pensar que Elias queria demonstrar que não faria uso de qualquer tipo de truque. Não que isso não seja verdadeiro no entanto, a água aponta para a purificação. Os sacerdotes para exercerem seus ofícios deviam, entre outras coisas, lavarem-se na bacia de bronze colocada à entrada da Tenda da Congregação. Caso não lavassem os pés e as mãos morreriam. "A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão", disse John Wesley. O fogo vai descer do céu quando houver santificação.

Não é fácil fazer descer fogo do céu, disse Leonard Ravenhill. Mas é preciso! Nós precisamos do Espírito Santo: Ele nos convencerá do pecado, do juízo e da justiça; Ele nos guiará a toda a verdade; Ele glorificará a Cristo; Ele é revestimento de poder (Atos 1.8). E, somos exortados continuamente a sermos cheios de sua presença (Efésios 5.18). Para desfrutarmos dessa presença devemos fazer todas essas coisas pois procedem do Senhor. E, depois quando orarmos, Deus responderá com fogo do céu!

27/04/2016

O Rei vai bater à sua porta

LEIA: 2Samuel 6.1-12

Uma tragédia acabou sendo a causa de uma visita inusitada do Rei Davi à casa de Obede-Edom. A arca estava sendo levada à Jerusalém em cima de um carro de boi. Ao chegar à eira de Nacom, o bois tropeçaram e Uzá, filho de Eleazar e neto de Abinadabe, estende a mão para impedir que a arca caia. Ao tocá-la porém, Uzá é fulminado. Davi fica desgostoso e teme. Desiste de levar antes, vê-se obrigado deixá-la na casa de Obede-Edom. 

Mas por que a tragédia? Um culto ao Senhor poderia desagradá-lo a ponto de manifestar a sua ira de uma forma tão terrível? O que aconteceu de fato? Eis algumas razões:

1) Davi consultou o povo e não a Deus (1Crônicas 13.1-4);
2) Davi trouxe a arca imitando os filisteus (2Samuel 6.3 cf. 1Samuel 6.7);
3) Davi não foi advertido por Uzá e Aiô (cf. 2Crônicas 26.16-20).

Resultado: tragédia. E, é justamente nesse momento que entra em cena Obede-Edom. O Rei atemorizado bate à sua porta para deixar a arca sob seus cuidados. O nome Obede-Edom parece significar "servo do homem". O adjetivo geteu, por sua vez, deve ser entendido como uma referência a cidade levítica de Gate-Rimom em Dã ou Manassés (Josué 21.20-25). Na casa de Obede-Edom a arca permanece por três meses. O Senhor abençou a sua casa e tudo o que ele tinha (1Crônicas 13.14). Diferentemente de Abinadabe, Obede-Edom tratou com a devida reverência as coisas de Deus. Buscou a comunhão com o Senhor, não imitou os filisteus e não agiu indiferentemente diante do sagrado. Deus se agradou de suas atitudes e foi gracioso com a sua casa.

O Rei Davi, o saber que Obede-Edom havia sido abençoado por amor a arca de Deus, bate novamente a sua porta. Mas dessa vez não foi por conta de uma tragédia e sim por conta das graças de Deus sobre aquela casa. O Rei que outrora batera a porta triste e atemorizado dessa vez, o faz com alegria. Ele sabia que as bençãos eram as provas de que a ira de Deus havia sido aplacada. A arca foi levada para Jerusalém mas, agora, de forma correta (1Crônicas 15.2, 14, 15).

Mas o que aconteceu com Obede-Edom? Obede-Edom seguiu para Jerusalém junto com o cortejo. Não poderia mais ficar distante da glória de Deus. Na Cidade de Davi, foi inicialmente designado porteiro (1Crônicas 15.18) e depois, músico diante na Tenda da Congregação (1Crônicas 16.4,5). Além de cuidar da arca a bênção divina incluía filhos (1Crônicas 26.4,5). Estes, ficaram responsáveis para cuidar da porta sul do templo do Senhor, justamente defronte do palácio do Rei. A porta sul portanto, seria a principal usada pelo rei. Tal destinação reflete certamente uma honraria especial para Obede-Edom (1Crônicas 26.15).

Ao receber o Rei em sua casa a vida de Obede-Edom é transformada. Antes, um homem esquecido vivendo em um casebre à beira da estrada mas depois dessa visita, um homem abençoado e próspero. Mas lembremo-nos que essa visita foi causada por uma tragédia. Mas Deus virou essa sorte. Onde havia morte, houve vida. Onde havia desgraça, houve graça. O Rei esta à porta mas, cabe a nós, portanto, abri-la e desfrutarmos da gloriosa presença de Deus em nossas vidas.