LEIA: Salmo 90
A autoria do salmo 90 é atribuída à Moisés que deve tê-lo composto durante a peregrinação no deserto. Ele viu muitas montanhas pelo caminho e o fato de descrevê-las sistematicamente no texto o credencia como autor. No entanto, é provável que tenha havido revisões do texto até que se chegasse à sua versão final. Nesse salmo, há um nítido contraste entre a eternidade de Deus e a brevidade do homem. O tempo é, assim, analisado tanto em função de Deus quanto do homem. Por ora, vamos nos ater à reflexão do tempo sob a perspectiva humana considerando, inicialmente, algumas verdades incontestes à luz do texto:
1. A vida é breve (v.5,6);
2. A vida é frágil (v.3);
3. A vida é ilusória (v.7,8,9);
4. A vida é fadiga (v.10).
Mas o que faz a vida humana ser desse jeito? Por qual razão o salmista a vê de forma tão pessimista? Por causa das nossas iniquidades que, expostas à presença de um Deus Santo, são punidas. Em outras palavras, o pecado (desde o Éden) é o responsável pela nossa vida breve, frágil, ilusória e fatigada. Por isso, podemos estar chegando ao final do ano dessa forma: cansados, desanimados, frustados. Planejamos muito e executamos pouco. Não nos atentamos para as nossas limitações. Talvez assumimos muitos compromissos, mais daquilo que poderíamos honrar. Talvez não estabelecemos claramente nossas prioridades ou, então, colocamos como prioridade o que não era. Talvez ainda, superestimando nossa capacidade acabamos por exaurir nossas forças. Todas essas possibilidades, no entanto, nos mostra uma verdade inconsteste: não sabemos (e não soubemos) aproveitar satisfatoriamente nosso tempo.
Os dias são maus por isso precisamos remir o tempo (Efésios 5.16). Em outras palavras, saber administrá-lo. É exatamente isso que Moisés pede a Deus no v.12: "Ensina-nos a contar nossos dias, para que alcancemos coração sábio." Precisamos assim, dar-nos conta da brevidade da vida para que possamos saber vivê-la. Precisamos reconhecer nossas limitações para superá-las. No entanto, esse exercício não pode ser feito a partir de esforços humanos apenas. Precisamos, dessa vez, olharmos o tempo sob a ótica divina. Somente assim, poderemos planejar eficazmente o que virá.
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