18/11/2015

A parábola do juiz iníquo

LEIA: Lucas 18.1-8

O propósito fundamental da parábola do juiz iníquo contada por Jesus era nos ensinar sobre o dever de orar e nunca esmorecer (v.1). Essa, aliás, é uma recomendação frequente ao longo das Escrituras (cf. Romanos 12.12; Efésios 6.18). No entanto, nessa parábola, cabe destacar a ênfase de Jesus sobre a necessidade de orar incessantemente. Quem crê em Deus ora, quem não ora, não crê! Quanto mais oramos, mais podemos ver o agir de Deus em nossas vidas. Por isso, as palavras de Jesus são imperativas.

Posto assim, o "dever" de orar, é oportuno atentarmos para alguns detalhes presentes na parábola a fim de compreendermos a forma pela qual devemos fazer isso. Em outras palavras, compreendermos como devemos proceder. Reconhecermos as personagens bem como o papel que ocupam na parábola é um bom começo. Embora o título da parábola atribua ao juiz iníquo um certo destaque, é sobre a viúva que devemos inicialmente debruçar nossa atenção. Senão vejamos.

No contexto da parábola, a viúva representava a essência de uma pessoa indefesa (cf. Salmo 68.5; Lamentações 1.1). Caso não tivesse filhos que cuidariam dela, estaria totalmente desamparada correndo, inclusive, o risco de morrer de fome. Ao que parece, a viúva da parábola estava nessa condição, desamparada e injustiçada, essa - diga-se de passagem - era a causa que ela apresentava ao juiz iníquo.

Portanto, essa mulher era uma pessoa totalmente indefesa diante do problema e também diante do juiz. Mas, são nessas condições que ela apresentava a sua causa. E, é dessa forma, que devemos também apresentar as nossas causas perante Deus, qual seja, de maneira indefesa. Isso representa impotência, humildade, reverência. Devemos, pois, nos achegar a Ele da mesma maneira que o publicano da parábola que Jesus contou em seguida. Devemos, ainda, estar conscientes de que não há garantias de que nossas petições serão atendidas prontamente.

Ainda que não saibamos exatamente o que lhe ocorrera mas a causa da viúva era legítima  haja vista que era por justiça que ela clamava. Nesse aspecto, o próprio Jesus ensinou que "Bem-aventurados são aqueles que tem fome e sede de justiça, porque serão fartos" (Mateus 5.6). Portanto, a vontade dela convergia com a vontade de Deus. Por isso, devemos orar sempre de acordo com a Palavra de Deus (João 15.7) para que nossas causas, assim como da viúva, sejam legítimas.

Causas legítimas alcançam êxito, (os que tem sede de justiça, serão fartos - diz o texto), ainda que demorem algum tempo (v.4). É importante, atentarmos agora, para o juiz iníquo. De forma contrastante, ele representa o próprio Deus. O juiz iníquo dada a insistência da viúva julga a sua causa. A lição para nós é simples: se esse homem, injusto e prepotente, atendeu a viúva quanto mais Deus. Acaso Ele não fará justiça aos seus escolhidos? (v.7). Absolutamente! Eis aí uma razão para clamarmos dia e noite pois ao Seu tempo nos atenderá ainda que pareça demorado. Devemos, no entanto, evitar o imediatismo pois certamente isso minará nossa fé! (v.8)

Diante de Deus, portanto:

1) Devemos nos apresentar como viúva;
2) Devemos apresentar causas legítimas;
3) Devemos ser perseverantes;
4) Devemos ser pacientes.

E, por fim, lembremo-nos: "Quem crê em Deus, ora; quem não ora, não crê."

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