08/10/2015

Cuide do seu coração!

LEIA: Salmo 73.21-28

Em várias ocasiões, a Bíblia nos ensina a cuidar do nosso coração (Provérbios 4.23) justamente por ser o coração um órgão vital do ser humano. Um coração bem cuidado garante uma ótima saúde física mas também espiritual. Tendo em vista que o coração do homem é enganoso (Jeremias 17.9), faz-se necessário examinarmos minunciosamente as suas intenções. Se nos omitirmos dessa tarefa corremos sérios riscos de ter problemas durante a nossa caminhada.

Nesse aspecto, o Salmo 73 é bem peculiar pois nos mostra uma situação, muitas vezes, corriqueira na vida do cristão. Este, por observar demasiadamente a vida do ímpio e compará-la com a sua, conclui inútil sua vida piedosa assim como fez o salmista (v.13). É interesse observarmos para a autoria desse salmo, atribuída à Asafe, também autor de inúmeros outros salmos (12 no total). Não era uma pessoa qualquer, por assim dizer, tratava-se de um profeta de Deus (2Crônicas 29.30; 2Crônicas 35.15). Esse fato, portanto, não deve ser desconsiderado.

É oportuno dizer que, por tratar-se de um salmo didático, o autor começa o texto com uma conclusão, "Com efeito" (v.1). Em seguida, faz menção da sua "quase" queda (v.2) para, posteriormente, descrever aquilo que observou dos ímpios. A prosperidade que ele via causou-lhe inveja (v.3). Talvez se perguntava no coração: "Porque ser fiel a Deus, se o ímpio que até debocha das coisas de Deus desfruta de uma condição de vida  melhor?" Essas e outras perguntas devem ter permeado sua mente. Por providência divina, ele não compartilhou com ninguém nenhuma delas (v.15). Imagine o mal que teria causado na vida espiritual de alguém que tivesse ouvido tais pensamentos?

A amargura de um coração embrutecido e ignorante (vv. 20 e 21) explica todos esses pensamentos maus. A situação, no entanto, começa a mudar quando o salmista diz adentrar ao santuário de Deus (v.17). Isso nos ensina que há experiências que vamos vivenciar apenas na Igreja. Um hino entoado, uma palavra ministrada pode nos fazer enxergar a realidade sob outros ângulos. O problema, muitas vezes, não está na realidade que o nosso coração apreende mas, sim em nosso próprio coração. A partir desse momento, o salmista começa a ver que os ímpios não são tão prósperos assim. O adentrar ao santuário talvez o tenha feito compreender o valor que há no testemunho dos nossos irmãos. Esse sim, deve ser observado e seguido, não o dos ímpios.

Quando o seu coração começou a ser tratado adequadamente, o salmista passou a compreender lições valiosas. Ele compreendeu que Deus é:
  1. Sua companhia e o seu sustento (v.23);
  2. Seu conselheiro e aquele que o receberá na glória (v.24);
  3. Seu maior patrimônio (v.25);
  4. Sua maior fonte de alegria (v.25);
  5. Sua fortaleza e a fortaleza do seu coração (v.26);
E, reconhecendo, tudo isso o salmista estabelece uma meta: "Proclamar todos os feitos de Deus em sua vida" (v.28).

Deus vai pedir que prestemos conta do nosso coração e não do coração dos outros. Por isso, é dele que devemos cuidar. Os mais interessados nisso somos nós mesmos pois afinal; "Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus" (Mateus 5.8).

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